Raquel Ieda Lopes
Aos vinte e sete dias do mês de setembro de 2011, a aluna Raquel Ieda Lopes deste programa de Pós Graduação defendeu a dissertação de mestrado intitulada
“Estudos taxonômicos in vitro e prospecção de toxinas de cepas de cianobactérias isoladas de reservatórios do Estado de São Paulo”.
A banca examinadora foi composta pela Orientadora Dra. Andréa Tucci, a pesquisadora Científica Dra. Célia Sant ´Anna e o Dr. Ronaldo Leal Carneiro.
Estudos taxonômicos in vitro e prospecção de toxinas de cepas de cianobactérias isoladas
de reservatórios do Estado de São Paulo.
RESUMO
As cianobactérias são organismos procariontes que sintetizam numerosas substâncias bioativas e são comumente encontradas em corpos de água doce, podendo formar florações. Suas toxinas podem permanecer na água, deteriorando a sua qualidade, ou ainda, podem ser bioacumuladas na cadeia trófica. Dessa maneira, com o objetivo de identificar, acompanhar a variabilidade morfométrica e investigar a potencial produção de toxinas foram estudadas seis cepas de cianobactérias, provenientes de diferentes corpos d’água do Estado de São Paulo, em especial, de três reservatórios destinados ao abastecimento público: Guarapiranga, Billings e Atibainha. As cepas foram mantidas na Coleção de Cultura de Cianobactérias do Instituto de Botânica (CCIBt) em condições controladas e constantes de: temperatura de 23+2oC, irradiância de 40-50 mmol.m-2.s-1 e fotoperíodo de 14 – 10h claro-escuro, em meio de cultura líquido ASM-1. A cada 30 dias, durante a repicagem, foram retiradas alíquotas para a observação dos organismos. Parte deste material foi mantida viva e parte fixada com formol a 4% para posterior análise. A análise taxonômica foi realizada em microscópio óptico com retículo micrometrado e câmera fotográfica acoplados. Para a pesquisa de cianotoxinas foram cultivados 10 litros de biomassa de cada cepa. Estes foram submetidos à extração com ácido acético 0,1M e com metanol 100% para a pesquisa de microcistinas, saxitoxinas e betametilaminoalanina por cromatografia planar; além do teste para detecção de toxinas desconhecidas segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). As cianobactérias foram identificadas como: Cyanosarcina sp. (CCIBt3085), isolada do reservatório Guarapiranga; Rhabdoderma sancti–pauli Azevedo et al. (CCIBt3244), proveniente do reservatório Billings; Leptolyngbya angustissima(West & G.S.West) Anagnostidis & Komárek (CCIBt3102) procedente do reservatório de Atibainha; Phormidium formosum (Bory exGomont) Anagnostidis & Komárek (CCIBt3246), isolada do Lago das Garças (Instituto de Botânica, SP) e (CCIBt 3163) proveniente de um lago de piscicultura de Ribeirão Preto; Calothrix elenkinii Kossinskaja (CCIBt3287), isolada de amostra de viveiro de piscicultura em Pindamonhangaba. As cepas CCIBt 3246 e CCIBt 3163 identificadas como Phormidium formosum apresentaram diferentes resultados toxicológicos, os extratos de CCIBt 3163 apresentaram neutoxicidade, e os extratos de CCIBt 3246 não. O extrato ácido de CCIBt 3163 apresentou resultado positivo para saxitoxina e o extrato metanólico apresentou atividade anticolinesterásica. As cepas de Cyanosarcinasp. (CCIBt 3085), Rhabdoderma sancti–pauli (CCIBt 3244), Phormidium formosum (CCIBt 3246) e Calothrix elenkinii (CCIBt 3287) apresentaram resultados positivos para a presença do aminoácido neurotóxico betametilaminoalanina, relacionado, recentemente, à doença de Alzheimer. Em nenhum dos extratos estudados foi detectada a presença de microcistinas ou anatoxinas. Quanto a distribuição das espécies no Estado de São Paulo Calothrix elenkinii é primeira citação para o Estado; Cyanosarcina sp., Rhabdodermasancti–pauli, Leptolyngbya angustissima e Phormidium formosum constituem novas ocorrências para os respectivos ambientes de origem.
Palavras-chave: betametilaminoalanina, Calothrix,cianotoxinas, Cyanosarcina, Phormidium, Rhabdoderma.
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