faixapos6


Marcelo Rogério da Silva


A tese de doutorado defendida pelo aluno Marcelo Rogério da Silva (bolsista FAPESP) em 24 de fevereiro de 2011. Compondo a comissão julgadora estavam a Dra. Maria Cláudia Marx Young (Orientadora – Instituto de Botânica), o Dr. Marcos Pivatto (UNESP de Araraquara), o Dr. João Henrique Ghilard Lago (UFABC), o Dr. Paulo Roberto Hrihorowitsch Moreno (USP) e a Dra. Luciana Retz de Carvalho (Instituto de Botânica).


“Análise da distribuição de alcalóides piridínicos em diferentes
fases fenológicas de Senna multijuga (Rich.) Irwin et Barn.”


RESUMO

A fenologia é um estudo que identifica os fenômenos de floração, frutificação, brotamento e queda de folhas, nas suas mais diferentes e intensas fases, objetivando o conhecimento do ciclo anual das espécies em estudo, o qual está diretamente relacionado às condições climáticas e ao caráter adaptativo de cada espécie em sua área de dispersão. A observação das fenofases ou fases fenológicas das espécies é uma prática que vem sendo realizada desde os primórdios das civilizações, quando o homem, necessitando de alimento, buscou diferenciar quais espécies poderiam ser utilizadas em sua alimentação nos diferentes períodos do ano. Em estudos realizados com algumas espécies de plantas, mostraram que metabólitos secundários podem ser acumulados em diferentes órgãos e tecidos durante as fases fenológicas (floração, frutificação, dormência e brotação). Sabe-se também que tecidos mais novos “geralmente” possuem maior taxa biossintética de metabólitos, tais como óleos essenciais, ácidos fenólicos, flavonóides e alcalóides. A espécieSenna multijuga (Fabaceae), ocorre principalmente em regiões de Mata Atlântica, sendo popularmente conhecida como pau-cigarra, caquera, aleluia ou canafístula. Dois alcalóides piridínicos (7’-multijuguinona e 12’-hidroxi-7’-multijuguinona) foram identificados nas folhas de Senna multijuga, cujas estruturas moleculares ainda não haviam sido descritas na literatura. Estes alcalóides apresentam um grande potencial com relação a novas substâncias bioativas, como por exemplo a atividade inibitória da acetilcolinesterase (AChE), que está envolvida na Doença de Alzheimer e miastenia grave e, ainda, atividade contra fungos fitopatogênicos, como Cladosporium cladosporioides e Cladosporium sphaerospermum. Com o objetivo de analisar os alcalóides piridínicos em diferentes órgãos de Senna multijuga (folhas, flores, frutos e caules), amostras de 4 indivíduos adultos foram coletadas durante 2 anos em áreas do Parque Estadual das Fontes do Ipiranga, Instituto de Botânica de São Paulo. Análises de alcalóides também foram feitas com plantas jovens (3, 6 e 9 meses de idade), além de ensaios de cultura in vitro. Os alcalóides piridínicos foram extraídos de diferentes órgãos pelo método ácido-base e análises quantitativas foram feitas por cromatografia a gás (CG-FID), utilizando-se um padrão interno (PI). Dados de temperatura, precipitação e irradiação solar foram utilizados no presente estudo. O ensaio para avaliação da inibição da enzima AChE foi realizado em microplaca. Os resultados mostraram que os alcalóides piridínicos 7’-multijuguinona e 12’-hidroxi-7’-multijuguinona estão presentes em todos os órgãos de Senna multijuga, coletados em diferentes fases fenológicas, e estão presentes também em órgãos de plantas jovens, exceto nas raízes. A concentração desses alcalóides pode variar em cada órgão da planta, sendo que a maior concentração foi observada nas folhas (p<0,05).

Palavras chave: Senna multijuga, Fabaceae, fenologia, alcalóides piridínicos.


pdf_grandeMarcelo Rogério da Silva
“Análise da distribuição de alcalóides piridínicos em diferentes fases fenológicas de Senna multijuga (Rich.) Irwin et Barn.”


 VOLTAR AS DISSERTAÇÕES E TESES