OBJETIVO
A Coleção de Culturas de Algas, Cianobactérias e Fungos constitui uma coleção de pesquisa, cuja finalidade principal é manter em condições ex situ, representantes da biodiversidade brasileira. Trata-se de uma coleção denominada como “Fiel depositária” pelo Ministério do Meio Ambiente.
HISTÓRIA
A Coleção de Culturas de Fungos (do antigo Instituto de Botânica) foi criada a partir da junção de duas coleções anteriores, presentes no antigo Núcleo de Pesquisa em Micologia do Instituto de Botânica, a SPC (SP Culturas) e a CCB (Coleção de Culturas de Basidiomicetos).
A SPC foi uma coleção de culturas de fungos aquáticos e terrestres microscópicos, criada e estabelecida na década de 70, pelo pesquisador Dr. Adauto Ivo Milanez. Em 1984, foi considerada uma atividade técnica, recebendo o título de “Coleção de Culturas de Fungos do Instituto de Botânica”, tendo assim suas instalações financiadas pela FINEP. A partir deste momento, esta coleção passou por um longo período de reorganização e teve seu primeiro catálogo elaborado e publicado 1994.
Já a CCB foi uma coleção criada na década de 80, a partir de um programa para ampliar o conhecimento e a produção de cogumelos comestíveis no estado de São Paulo, onde as pesquisadoras Dra. Vera Bononi, Dra. Marina Capelari e Dra. Rozana Mazziero iniciaram estudos para adequar, ao nosso clima, técnicas de cultivo já utilizadas, formando o Centro de Pesquisas de Cogumelos Comestíveis – CEPECC, com as primeiras culturas de basidiomicetos sendo depositadas na coleção. Esta coleção foi ampliada em 1992 com o projeto “Utilização de basidiomicetos em biotecnologia”, que possibilitou um grande esforço de coletas no estado, contribuindo com a diversidade de espécies depositadas.
Assim as coleções seguiram separadamente, até que, em 2007, estas duas coleções de fungos, juntamente com a coleção de algas do Instituto de Botânica, foram credenciadas como fiel depositárias do componente do patrimônio genético (Deliberação Nº197 de 31 de maio de 2007). Em 2009, as coleções juntaram-se e receberam o acrônimo CCIBt (Coleção de Culturas do Instituto de Botânica), publicando seu primeiro regimento no Diário Oficial do Estado de 25 de maio de 2009 (Portaria IBt 05, de 25 de maio de 2009), onde define-se a CCIBt como uma coleção de pesquisa, cuja finalidade principal é manter em condições ex situ representantes da biodiversidade brasileira e eventualmente estrangeira, para estudos científicos e/ou de potencial comercial em processos biotecnológicos.
IMPORTÂNCIA e USOS
A relevância está nos exemplares de fungos depositados, oriundos dos dois principais biomas do Estado de São Paulo, áreas que sofrem muita pressão antrópica, preservando parte dessa diversidade. Essas cepas são resultantes de mestrados e doutorados, reunindo um grande número de fungos identificados, porém pouco se conhece sobre sua fisiologia.
Além de utilizar as culturas mantidas para os contínuos estudos no próprio Instituto, a CCIBt mantém um intercâmbio criterioso de culturas com outros laboratórios de pesquisa e universidades, inclusive internacionais. Constantemente, são recebidos pedidos solicitando o envio de culturas da nossa coleção, demonstrando a importância de manutenção deste patrimônio.
DESCRIÇÃO DO ACERVO
A Coleção de Culturas de Fungos abriga, atualmente, mais de 2000 culturas, provenientes especialmente de projetos de pesquisa desenvolvidos por pesquisadores e por alunos da Pós-Graduação do antigo Núcleo de Pesquisa em Micologia do Instituto de Botânica.
Abriga isolados oriundos de ambientes aquáticos (continentais ou marinhos) e terrestres de diversas regiões do país, especialmente dos biomas Mata Atlântica e Cerrado. Dentre os isolados, encontram-se representantes de basidiomicetos, ascomicetos, incluindo muitos apenas na fase assexuada (chamados anamórficos), isolados de zigomicetos, hifomicetos, fungos zoospórios e outros organismos zoospóricos “like-fungi”.
As culturas são mantidas em sala climatizada a 19ºC, por diferentes métodos de preservação:
- método denominado “Castellani” ou método de preservação em água destilada estéril;
- método de preservação em fragmentos de madeira submergidos em água destilada estéril (somente para os basidimicetos);
- método de repicagens periódicas e o método denominado “Wheaton” ou preservação em sementes de sorgo (somente para os isolados aquáticos);
- método de liofilização;
- método de preservação em óleo mineral.
Todos os métodos utilizados são constantemente avaliados, com o objetivo de comparar a eficiência da preservação para cada grupo de organismos.
ACESSO À COLEÇÃO – PRESENCIAL
Para acessar a coleção é necessário o agendamento diretamente com os curadores.
LOCALIZAÇÃO
IPA Unidade Jardim Botânico, Prédio 3
CONTATOS
Fungos terrestres (microscópicos) e aquáticos: Marcela Castilho Boro (marcelaboro@sp.gov.br)
Fungos Basidiomicetos: Vera Maria Valle Vitali (vvitali@sp.gov.br)
CURADORES:
- Marcela Castilho Boro – Coleção de Culturas de Fungos terrestres e aquáticos (marcelaboro@sp.gov.br)
- Vera Maria do Vale Vitali – Coleção de Culturas de Fungos Basidiomicetos (vvitali@sp.gov.br)
Coleções do IPA
- Banco Ativo de Germoplasma de Arbóreas Nativas
- Banco Ativo de Germoplasma de Arbóreas Exóticas
- Banco de Sementes
- Coleção de Plantas Vivas do Jardim Botânico de São Paulo
- Culturas de Algas
- Culturas de Fungos Basidiomicetos
- Culturas de Fungos Terrestres e Aquáticos
- Extratoteca
- Herbário SP
- Herbário SPSF
- Litoteca
- Paleontológico
- Palinoteca
- Petrográfica
- Xiloteca SPSFw