13/06/2024

No dia 3 de junho, o Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA) promoveu a palestra “Florestas Funcionais: biodiversidade a favor das cidades”, ministrada pelo biólogo Giuliano Locosseli, do Centro de Energia Nuclear na Agricultura da Universidade de São Paulo (Cena/USP). O pesquisador apresentou resultados de estudo mostrando que florestas urbanas são fundamentais para a adaptação das cidades às mudanças climáticas pois potencializam o provimento de serviços ecossistêmicos durante eventos extremos.

Giuliano foi o primeiro bolsista Jovem Pesquisador em projeto do IPA no âmbito do edital “Planos de Desenvolvimento Institucional em Pesquisa (PDIPs), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). “A partir deste projeto, alcancei novos postos na minha carreira”, revelou o biólogo.

Em sua palestra, apresentou dados mostrando que os ambientes urbanos estão no epicentro das mudanças climáticas e são mais vulneráveis aos eventos extremos, como as enchentes que aconteceram recentemente no estado do Rio Grande do Sul. As cidades ocupam apenas 2% das áreas emersas no planeta, mas concentram mais de 50% da população mundial, consomem 75% dos recursos naturais e da energia produzida e representam 60% das emissões globais de gases do efeito estufa.

O pesquisador propõe que sejam adotadas soluções baseadas na natureza, que são aquelas inspiradas, apoiadas ou copiadas da natureza para propor iniciativas inovadoras para resolver problemas sociais, ambientais e econômicos e que têm como uma das principais características serem multifuncionais, ou seja, atacam vários problemas ao mesmo tempo. Neste contexto, o pesquisador apresentou resultados de estudos realizados no âmbito do projeto “Florestas Funcionais: biodiversidade a favor das cidades” (Processo Fapesp nº 19/08783-0). O objetivo da pesquisa foi estudar serviços ecossistêmicos de infraestruturas urbanas verdes já estabelecidas com características diferentes. Os locais escolhidos foram o Parque Estadual Fontes do Ipiranga (PEFI), onde está localizada a unidade Jardim Botânico do IPA, e o Parque do Ibirapuera, ambas na capital paulista. Após monitoramento realizado durante uma onda de calor na cidade de São Paulo, os resultados mostraram que a vegetação dos parques produziu mais serviços ecossistêmicos, como o resfriamento evaporativo (processo de evaporação da água que retira calor do ambiente), o que é fundamental para as cidades, já que os centros urbanos são ilhas de calor. Giuliano defende que este ganho pode ser maximizado pela construção de florestas urbanas com estrutura e composição florística otimizadas.

A palestra aconteceu durante o workshop “Avanços da Pesquisa Ambiental com o Programa de Desenvolvimento de Infraestrutura e Pesquisa”, que integrou a programação da Semana do Meio Ambiente da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil) do estado de São Paulo e aconteceu no auditório Augusto Ruschi, na sede da pasta de governo.