09/02/2024

No dia 10 de fevereiro, o Parque Estadual Alberto Löfgren (PEAL) completa 128 anos. Também conhecido como Horto Florestal, a Unidade de Conservação (UC) localizada na zona norte da capital paulista é um exemplo da importância das áreas verdes em ambientes urbanos. Além de proteger espécies de animais e de plantas, é um verdadeiro oásis metropolitano, que garante lazer, educação ambiental e os demais serviços ecossistêmicos essenciais ao bem-estar humano. A manutenção de áreas protegidas urbanas como esta é fundamental para o bem-estar do cidadão paulistano.

A importância da área

O PEAL é contíguo ao Parque Estadual da Cantareira. Apesar de ser uma área relativamente pequena (187 hectares), é bastante significativa no contexto urbano, abriga remanescentes da Mata Atlântica e contribui para a manutenção de um corredor ecológico que conecta a cidade de São Paulo à Serra da Mantiqueira.

Dentre os atrativos do Parque estão trilhas, lagos, arboretos históricos e científicos, o Palácio do Horto e o Museu Florestal “Octávio Vecchi”. O espaço oferece ainda inúmeros pontos de observação de animais silvestres e a área tem forte potencial para a prática da observação de aves (birdwatching). Comparado às áreas mais urbanizadas da cidade, o PEAL e seu entorno apresentam temperaturas mais amenas. A presença da vegetação tem ainda uma influência positiva na umidade relativa do ar.

O PEAL é também um laboratório vivo, onde cientistas fazem pesquisa e produzem conhecimento para melhorar a vida da população. Não a toa, nele está localizada a unidade Horto Florestal do Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA), antiga sede do Instituto Florestal (IF).

História

A área foi criada em 1896, mas sua história remonta a 10 anos antes, com a criação da “Commissão Geographica e Geologica da Província de São Paulo” (CGG), para a qual o naturalista sueco Alberto Löfgren foi convidado a chefiar a Seção de Meteorologia e Botânica.

Em 1889, por projeto de Löfgren, o governo transformou o Jardim da Luz em Jardim Botânico, onde deveriam ser cultivados e criados os produtos da fauna e da flora paulista. Em 1893, o Jardim da Luz passou para a administração municipal e a Seção de Löfgren ficou sem área para a experimentação. Em 1896, Löfgren conseguiu a desapropriação do antigo “Engenho Pedra Branca” para instalação de um Horto Botânico com campos de experimentação e prestação de serviço na área florestal. No ano seguinte, deu-se início à sua implantação, com a finalidade de estudar essências florestais e execução das primeiras sementeiras nacionais e importadas. Em 1907, a Seção de Botânica passou a denominar-se Horto Florestal como uma instituição não mais subordinada à CGG e sim à Secretaria de Agricultura, Commercio e Obras Públicas. Em 1911 foi criado o Serviço Florestal, que fez a gestão do espaço até a transformação da instituição em IF, no ano de 1970. Em 1986 foi criada a Secretaria de Meio Ambiente e, logo após, o Instituto passou a integrar a nova pasta. Em 2014, o IF passou compartilhar a gestão do PEAL com a Coordenadoria de Parques Urbanos da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo. Desde 2022, a gestão da área de uso público da UC está concessionada à iniciativa privada. As outras áreas do Parque estão sob gestão da Coordenadoria de Parques e Parcerias da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil).

A área, em si, teve diferentes nomes ao longo dos anos. Em 1968, o Horto Florestal da Serra da Cantareira foi transformado em Parque Estadual Turístico da Cantareira pela Lei nº 10.228. Em 1992, quando estiveram no Brasil por ocasião da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (ECO-92), o rei Carlos Gustavo e a rainha Sílvia, da Suécia, visitaram o Parque que, em 1993, pela Lei nº 8.212, recebeu nova denominação e passou a se chamar Parque Estadual Alberto Löfgren.

 

Fotos: Paulo A. Muzio