Em 22 de novembro, foi realizada a defesa de mestrado de Vânia Aparecida de Oliveira Silva. A pesquisa trabalhou os limites e possibilidades do Parque Ecológico Otávio Camarotti junto a professoras que atuam com educação especial na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e na rede municipal de Tambaú/SP. A partir dos resultados, foi realizada a construção de um caminho sensorial e um canteiro de plantas que incluiu Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANCs), além da elaboração de um guia pedagógico. O trabalho foi orientado por Maria Luísa Palmieri, especialista ambiental do Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA), no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Rede Nacional para Ensino das Ciências Ambientais (PROFCIAMB) – Associada Universidade de São Paulo (USP).

Vânia, que é educadora ambiental do Parque Ecológico e professora das redes estadual e municipal, conta que o mestrado a ajudou em sua prática pedagógica. “Me proporcionou um novo olhar para a educação ambiental e a educação inclusiva”, relata a recém mestre em Ciências Ambientais.

Todo o espaço do caminho sensorial foi planejado com base no Desenho Universal de Aprendizagem (DUA), voltado à educação inclusiva, que busca que todas as pessoas sejam contempladas, em toda a sua diversidade, inclusive pessoas com deficiência. O guia pedagógico foi elaborado para orientar os educadores no uso pedagógico do caminho, trazendo orientações para atividades prévias, durante a realização do caminho e atividades após a visita. No material, são sugeridas reflexões, a partir do compartilhamento das sensações despertadas no caminho, sobre a importância das áreas naturais e das PANCs, bem como a respeito da relação entre as árvores, a temperatura e a água no contexto das Mudanças Climáticas. O guia será disponibilizado online após os ajustes sugeridos pela banca.

Maria Luísa comenta sobre sua primeira experiência da orientação de mestrado e seu primeiro contato com o mestrado profissional. “Foi muito gratificante ver o envolvimento da estudante em todo esse processo, a transformação realizada no Parque Ecológico (que passou a ser visitado por muitas escolas e outros grupos) e o material educativo que poderá ser usado em diferentes áreas naturais”, revela.

A banca de avaliação contou com as professoras Rosa Maria Cavalari, da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp) de Rio Claro, e Karina Molina, da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ/USP).

Publicações e prêmios

Em 2022, alguns resultados da pesquisa foram publicados no capítulo da publicação “Experiências no Ensino das Ciências Ambientais”, da Coleção PROFCIAMB. A pesquisa também foi apresentada no V Seminário Nacional de Integração da Rede PROFCIAMB, realizado de 3 a 5 de novembro daquele ano, em Brasília, e recebeu menção honrosa. Além disso, o caminho sensorial, construído no âmbito da pesquisa, levou a autora a receber uma Moção de Congratulação da Câmara Municipal de Tambaú.

O programa de pós-graduação

O PROFCIAMB foi aprovado no âmbito da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) no final de 2015 e deu efetivamente início às suas atividades a partir de janeiro de 2016. Tem como público alvo os professores da rede de ensino básico, e está estruturado a partir da associação em rede de instituições de Ensino Superior de todas as regiões do país. Agrega nove universidades. Tem como objetivo geral possibilitar a formação continuada em nível de mestrado profissional de professores da educação básica e também de profissionais que atuem em espaços não formais (museus, jardins botânicos, centros de ciências) e/ou não escolares, e aqueles envolvidos com divulgação e comunicação das ciências. Entre seus objetivos específicos destaca-se contribuir no aprimoramento de práticas pedagógicas utilizando-se do contexto ambiental e realizar pesquisas na área das Ciências Ambientais no espaço da escola de ensino básico, contribuindo para que se fortaleça a produção, difusão e aplicação de conhecimentos didático-metodológicos associados às questões socioambientais da atualidade nos contextos escolares, entre outros. O Programa é, assim, uma ponte importante de integração das universidades e instituições de pesquisa com as escolas de educação básica, possibilitando que temas chave de pesquisas na temática das ciências ambientais alcancem as redes municipais, estaduais e mesmo escolas técnicas federais, e cheguem ao estudante.