
20/07/2023
A pesquisadora científica do Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA) Mutue Toyota Fujii, especialista em taxonomia e filogenia de macroalgas marinhas vermelhas, já foi homenageada na escolha do nome científico de quatro espécies. A descrição dessas espécies foi feita com o auxílio de dados moleculares. Três delas são da ordem Ceramiales, a maior dentro das algas vermelhas, e a restante é uma espécie crostosa da ordem Peyssonneliales. São elas:
- Wilsonosiphonia fujiae – em 2017, foi escolhida para ser a espécie tipo do gênero, cuja localidade tipo é o litoral de São Paulo. Era considerada endêmica do Brasil, mas já foi encontrada também nas Ilhas Maldivas;
- Laurencia mutueae – A espécie foi proposta em 2019 e, até o momento, tem registro apenas na costa pacífica do México;
- Ramicrusta fujiiana – em 2020, o gênero Ramicrusta foi descoberto pela primeira vez no Brasil e a espécie, endêmica do estado da Bahia, foi uma das novas propostas para o gênero;
- Stirkia fujiiana – foi descrita originalmente em 2006 como uma espécie do gênero Ceramium e em 2023 foi transferida para o novo gênero Stirkia.
Protagonismo feminino
O Algas por elas, uma ação de sensibilização sobre a importância das algas, sua conservação e a atuação feminina na ficologia, vem publicando em sua página no Instagram uma série sobre ficólogas que foram homenageadas em nomes de espécies. A postagem mais recente da página traz a pesquisadora do IPA. O projeto de divulgação científica é coordenado por jovens ficólogas brasileiras e tem o apoio da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da Universidade Federal do ABC (ProEC/UFABC).
Mutue é diretora do Departamento de Gestão do Conhecimento do Instituto. “Muito mais do que quebrar uma barreira em relação à representatividade feminina em funções estratégicas, no meu caso, eu diria que a dedicação e a doação à instituição é o que me proporcionou tamanha felicidade de chegar onde estou. Ainda que o conhecimento per se seja fundamental para tornar o mundo mais rico, a popularização da ciência se dá pela compreensão da importância desse conhecimento para a melhoria da qualidade de vida, como alimento, como fonte de medicamentos, e outras aplicações”, declarou a pesquisadora no Especial Mulheres na Ciência, promovido no início do ano pelo IPA.
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