07/07/2023

Nos dias 5 e 6 de julho, em toda a costa das regiões Sul e Sudeste do Brasil o mar pôde ser observado bastante recuado. Esse fenômeno, com a maré mais baixa que o normal, chamou a atenção principalmente na cidade de Santos, no litoral paulista, onde os restos de um navio encalhado há mais de 100 anos ao lado do Canal 5 ficaram completamente expostos no final da manhã desses dois dias.

A pesquisadora científica do Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA) Célia Gouveia Souza relata que o fenômeno pode ser explicado pela conjugação de dois mecanismos. “O primeiro é que estamos em maré de sizígia (lua cheia) e, portanto, a influência astronômica (Terra, Sol e Lua alinhados) determina maior amplitude de maré, com preamares mais elevadas e baixamares mais baixas em relação aos períodos de maré de quadratura (quartos de lua). O segundo é que, do ponto de vista meteorológico, estamos sob a influência do Anticiclone do Atlântico Sul, que é um sistema de alta pressão com ventos que giram no sentido anti-horário, vindos do quadrante nordeste , que empurram as águas do mar na direção do oceano. Como resultado, o nível da maré abaixa mais do que o normal esperado, provocando uma maré meteorológica negativa”, detalha a pesquisadora. Célia é doutora em Geociências e associada da Agência Nacional de Gerenciamento Costeiro.