
06/04/2023
Núcleo de Inovação Tecnológica do Instituto de Pesquisas Ambientais foi viabilizado para ampliar acesso ao conhecimento e estabelecer conexões com diversos setores da sociedade
A criação do Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) do Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA) vem ao encontro da necessidade de reunir todo conhecimento gerado pelos pesquisadores nas áreas de Botânica, Geociências, e Ciências Florestais, para preservação e conservação do meio ambiente no estado de São Paulo, além de ampliar o acesso a informações e infraestrutura de pesquisa aos diversos segmentos da sociedade.
Alinhado ao Marco Legal de Ciência, Tecnologia e Inovação (Lei Federal n. 10.973/2004) em especial a legislação paulista de inovação tecnológica, constante no Decreto de Inovação (Decreto n. 62.817/2017), que cria e regulamenta os Núcleos de Inovação Tecnológica de todas as Instituições Científicas, Tecnológicas e de Inovação (ICT’s), a implementação do NIT-IPA também é resultado do esforço dos pesquisadores envolvidos no desenvolvimento do projeto “Desafios para conservação da biodiversidade frente a mudanças climáticas, poluição e uso e ocupação do solo” (Proc. FAPESP 2017/50341-0).
O aporte realizado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), por meio do edital do PDIP, viabilizou a estruturação da central multiusuária que hoje corresponde ao Laboratório de Estudos Ambientais (LEA-IPA). “Os recursos vindos da Fapesp foram investidos no sentido de trazer novas tecnologias e equipamentos para nosso laboratório”, explica o diretor do Departamento de Tecnologia e Inovação (DTI-IPA) e coordenador do LEA, Dr. Emerson Alves da Silva.
A aquisição e modernização de equipamentos e softwares que integram o laboratório permitem que os pesquisadores aprimorem e incrementem o banco de dados do IPA, com o propósito de gerar conhecimento para futuras tomadas de decisões, bem como apoiar a concepção de políticas públicas voltadas à preservação e conservação do meio ambiente.
O apoio tecnológico, que ocorre com o uso das novas ferramentas, pode ser observado no dia a dia dos pesquisadores. Há novas estufas equipadas para simulação de eventos ocasionados pelas alterações climáticas; tecnologia aplicada à preservação de espécies; programas específicos que auxiliam na realização de cálculos; compilação de informações que compõem coleções e demais bancos de dados, importantes para estudos comparativos, aplicação de técnicas de restauro de ecossistemas e para a memória das pesquisas; sistemas que auxiliam na decodificação de marcadores genéticos; drone para monitoramento do avanço de processos de restauração ecológica, entre tantas outras facilidades para a obtenção de resultados nas pesquisas.
Emerson Alves da Silva também destaca que a implementação do Núcleo de Inovação Tecnológica cumpre um importante papel para a sociedade, no sentido de “ampliar a capacidade de interação com outras instituições de referência, o que torna possível a geração de novas parcerias que estimulem a pesquisa científica, a troca de conhecimento em torno do mesmo objetivo: buscar inovação para a solução de problemas”.
A tecnologia, segundo o diretor, deve ser vista como recurso integrativo, que une o conhecimento do corpo técnico, sua expertise e todo o arcabouço de informações obtidas ao longo do tempo à descoberta de novas soluções para problemas recorrentes. Ela também pode ser considerada uma ponte entre a ciência e outros setores da sociedade que precisam do conhecimento científico para desenvolver novas técnicas e produtos oriundos da pesquisa.
Avanços significativos despontam com o trabalho integrado do Departamento de Tecnologia e Inovação, que acomoda o NIT em sua estrutura, com a participação das equipes de pesquisas, como a exploração de bancos de germoplasma (banco genético) das coleções de pinus que estão nas unidades de conservação; desenvolvimento de aplicativo para reconhecimento de diferentes espécies de madeiras; serviços técnicos especializados para testes de novas tecnologias e mapeamento de áreas de riscos em cidades do interior de São Paulo, temas de grande relevância e alinhados à soluções de problemas como os episódios de deslizamentos ocorridos no litoral paulista, em fevereiro deste ano.
No entanto, as expectativas não param por aí. À medida que as pesquisas evoluem e os cientistas do IPA constatam que o processo de inovação integrará alguma etapa desses estudos, seja com novos métodos, novas técnicas a serem testadas, ou com o desenvolvimento de um novo produto, o Núcleo está apto a buscar parcerias, inclusive para captação de recursos, nos segmentos público e privado, com o objetivo de ampliar a capacidade de gerar conhecimento.
Ao mesmo tempo, o NIT-IPA também atua no sentido de minimizar riscos no desenvolvimento de produtos, garantindo inteligência competitiva, dados confiáveis e estrutura compatível, no âmbito da legislação vigente. “Assim, empresas e demais órgãos que desejam desenvolver novos itens, potencializar suas investigações ou aprimorarem técnicas, podem contar com a estrutura de nossa instituição”, declara Emerson.