Nos dias 27 e 28 de outubro de 2022 Diego Amorim Grola, Especialista Ambiental do Núcleo de Museus, Acervos Arquivísticos e Iconográficos do IPA participou do seminário “Museus, Museologia e Ciência: 200 anos de in(ter)dependência, inquietude e utopia”. O evento foi realizado no Museu de Astronomia e Ciências Afins, Rio de Janeiro-RJ e contou com 12 palestras (divididas em quatro mesas-redondas) e 02 conferências, distribuídas em dois dias de evento. Os palestrantes eram pesquisadores, professores universitários e dirigentes de alguns dos principais museus e universidades brasileiros.

Ao longo das palestras e discussões foram abordados temas históricos e desafios atuais dos museus. Em meio à diversidade de assuntos, podemos destacar quatro tópicos relevantes, que perpassaram diferentes palestras.

• Primeiro, a questão do público: a museologia social entende que os museus devem estar a serviço das pessoas e devem encarar o desafio de se abrir para públicos que não se reconhecem neles.
• Segundo, a questão das imagens criadas e difundias pelos museus: os museus criam e difundem representações sobre a história, a ciência e a sociedade, de modo que é preciso refletir criticamente sobre o papel social e uso político dessas representações.
• Terceiro, a questão dos percursos institucionais dos museus: é importante tentar identificar momentos de força e fraqueza institucional, bem como tentar entender o que fragiliza e fortalece as instituições. Quarto, a questão da ética envolvida na formação de coleções, sendo necessário: entender como coleções foram formadas no passado sob outros critérios e formas de coleta e entender o que fazemos hoje com essas coleções; discutir como as coleções estão sendo formadas no presente.

No primeiro dia, foi apresentado o trabalho intitulado “Trânsitos entre museus e exposições universais – trânsitos de cientistas, ideias e acervos”, pela Profa. Dra. Heloisa Barbuy, da Universidade de São Paulo, do qual sou coautor. Para esse trabalho, contribuí com dados e interpretações quem vêm sendo colhidos e produzidos no âmbito do projeto de capacitação, em nível de doutoramento, intitulado Formação das coleções científicas em São Paulo, entre meados do século XIX e o princípio do século XX (processo SMA 10.249/2016).

No segundo dia de evento, antes do início das palestras, o Especialista visitou as exposições de longa duração do MAST, onde observou as opções curatoriais, recursos expográficos e didáticos empregados pelo Museu para expor parte de seu acervo de equipamentos científicos, tipologia também presente nos museus do IPA.

De modo geral, a participação no evento mostrou-se positiva, já que foi possível absorver conhecimentos e trocar experiências com pesquisadores que se dedicam a atividades semelhantes às desenvolvidas pelo NMAAI.