No dia 26 de setembro, aconteceu o 3º Workshop sobre Produção de Mudas de Espécies Nativas no Estado de São Paulo. O evento foi promovido pelo Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA) e aconteceu na sede do viveiro de mudas da empresa DNA Florestal, no município paulista de São Miguel Arcanjo. O encontro contou com a presença de mais de 100 inscritos, entre viveiristas, técnicos interessados no assunto e especialistas da área, incluindo vindos de outros estados, como Rio de Janeiro e Minas Gerais. A programação contou com palestras de pesquisadores e técnicos do IPA e de instituições parceiras.

O evento promoveu o debate sobre a situação atual da produção de mudas de espécies nativas em São Paulo, buscando identificar dificuldades e lacunas na cadeia de produção. Os especialistas reunidos compartilharam seus conhecimentos e experiências, abordando temas importantes para a sustentabilidade e o desenvolvimento do setor. Entre os palestrantes estavam Luiz Mauro Barbosa, Márcia Regina Ângelo e Fernando Cirilo de Lima, do IPA, Renato Lorza, da Fundação Florestal, José Claudio Fama, da DNA Florestal, Cláudia Tamanini, da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), e Ademir Neves, professor da Faculdade de Tecnologia do Estado de São Paulo (Fatec).

Nas discussões, destacou-se a importância de políticas públicas eficazes. Nesse sentido, o Workshop teve também como objetivo orientar ações no âmbito do Programa Refloresta SP, da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil) do estado de São Paulo. O Programa apoia e fomenta a mudança e uso do solo com foco em áreas de pastagens de baixa aptidão agrícola, promovendo ganhos ambientais e econômicos. Sua meta é atingir 1,5 milhões de hectares de áreas restauradas até 2050.

Além disso, no contexto da mitigação de mudanças climáticas, projetos de crédito de carbono frequentemente envolvem o reflorestamento e a recuperação de áreas degradadas, podendo impulsionar a demanda para os viveiros.

No workshop, foi discutida a necessidade de suporte integral aos viveiristas e a aplicação de um questionário específico para coletar informações diretamente dos produtores da região. A ideia é estimular os viveiros a integrarem um cadastro mantido pelo IPA com informações sobre produção de mudas de espécies nativas para o estado de São Paulo. “Toda essa documentação tem sido armazenada nesse banco de dados e disponibilizada a todos”, explica o Luiz Mauro. Essas informações são essenciais para a elaboração de estratégias que visam fortalecer a cadeia produtiva e promover a conservação das espécies nativas. “É fundamental o estímulo que os produtores têm quando veem suas unidades apontadas no mapa de viveiros do estado de São Paulo. Graças aos workshops, grande parte dos viveiros foi atualizada quase que de imediato durante a realização dos eventos. Por isso, o workshop é uma estratégia indispensável para o Programa Refloresta e que demonstra a preocupação do estado com essa questão”, relata o pesquisador científico. A base de dados contém 140 viveiros com informações atualizadas entre 2023 e 2024. Somente neste ano, foram 37 novos viveiros cadastrados no sistema.

Durante o evento, também foi realizada a orientação para preenchimento do questionário, que será analisado amplamente, juntando todos os viveiros do estado de São Paulo, oferecendo parâmetros que orientem o diagnóstico da produção de mudas nativas no estado.

“Neste último workshop, os viveiristas e os técnicos trouxeram novas demandas envolvendo ferramentas para restauração ecológica e produção de mudas para atender projetos de sequestro de carbono. Para os próximos eventos, vamos manter a mesma abordagem, mas agora levando em conta essas novas demandas que foram surgindo”, conclui Luiz Mauro.

Como parte das atividades do Programa, no dias 25 e 27, a equipe do IPA realizou visitas técnicas a dois viveiros da região: Itapetininga e Araçoiaba da Serra, respectivamente.

A primeira edição do workshop foi realizada em maio, no município de Cruzeiro. A segunda aconteceu no mês de julho, em Joanópolis.