
09/08/2024
No dia 7 de agosto, técnicos e pesquisadores do grupo de trabalho do Programa Refloresta-SP participaram de uma atividade de campo em plantio de restauração ecológica no Parque Estadual das Fontes do Ipiranga (PEFI), na capital paulista, onde está localizada a unidade Jardim Botânico do Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA). A visita técnica teve a presença de Jônatas Trindade, subsecretario de Meio Ambiente da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil) do estado de São Paulo.
Os biólogos Tarcísio Martins e Fernando Cirilo, mestrando e doutorando do programa de pós-graduação do IPA, demonstraram a execução de voos automatizados com sensores RGB e Multispectral embarcados em drones. A abordagem enfatizou que os produtos gerados por drones são complementares aos produtos dos satélites internalizados na Semil desde os anos 1980. Índices como NDVI, que medem a saúde da vegetação por meio da assinatura espectral da clorofila, possuem resultados com maior resolução por meio dessas aeronaves, sendo possível avaliar de forma precisa plantios com poucos metros quadrados. O Modelo Digital de Altura para extrair altura das árvores e o treinamento de algorítmos para parâmetros da vegetação são alguns dos recursos possíveis por meio da geração de fotografias aéreas.
A bióloga Regina Shirasuna, taxonomista do IPA, realizou simulação didática de uma parcela de 25 x 4 metros, na qual foi feito um pequeno percurso para identificação das mudas plantadas em 2019, com medições de copas, contagem de regenerantes e avaliação dos aspectos que compõem o protocolo de monitoramento descrito no Programa Agro Legal.
Após a atividade de campo, Tarcísio e Fernando apresentaram os resultados parciais de processamentos de fotografias aéreas para ortomosaicos e imagens 3D com aplicações para monitoramento da vegetação nativa de referência e vegetação nativa em restauração, em áreas com forte interface urbana na Região Metropolitana de São Paulo. As apresentações estimularam o debate técnico e científico sobre as possibilidades de avançar a análise de parâmetros da vegetação que colaboram com atividades dos diversos órgãos envolvidos, como Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), Fundação Florestal, Coordenadoria de Fiscalização e Biodiversidade (CFB) e Unidade de Gestão de Projetos (UGP), da Semil, e o próprio IPA, responsáveis por políticas públicas no enfrentamento da crise climática. A Fundação Instituto de Administração (FIA) é a parceira na consolidação de avanços e interações.
Os alunos são orientados pelos pesquisadores científicos do IPA Silvia Ribeiro de Souza, Luiz Mauro Barbosa e Kátia Mazzei. “A formação de recursos humanos de excelência é uma poderosa oferta do Instituto para avançar as aplicações de pesquisas científicas em diversos setores. Mestrandos e doutorandos são pesquisadores em formação que espalham uma energia muito produtiva no ambiente de trabalho”, comenta Kátia.
Refloresta-SP
O Programa, coordenado pela Semil, tem, dentre seus objetivos, a restauração ecológica, a recuperação de áreas degradadas e a implantação de florestas multifuncionais e de sistemas agroflorestais e silvipastoris, de forma a contribuir para: a mitigação das mudanças climáticas, por meio da captura e armazenamento de carbono em biomassa e no solo, da redução da emissão de gases de efeito estufa e da produção de energia renovável; o aumento da resiliência climática, pela ampliação da cobertura natural, especialmente nas regiões com baixos índices de vegetação nativa; a conservação da biodiversidadee dos recursos hídricos, pela melhoria da infraestrutura verde associada; e o estímulo à bioeconomia, com geração de trabalho e renda e desenvolvimento econômico e social sustentáveis. Sua principal meta é apoiar e fomentar a mudança do uso do solo em 700 mil hectares, tendo como foco áreas com pastagens de baixa aptidão agrícola, promovendo ganhos ambientais e econômicos aos proprietários de imóveis rurais. Além disso, o Refloresta-SP fará o monitoramento dessas áreas e de mais 800 mil hectares que serão restaurados no âmbito do Programa de Regularização Ambiental (PRA) e Agro Legal sob coordenação da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, totalizando 1,5 milhão de hectares de áreas em restauração e monitoramento até 2050.