17/07/2024

Dia 17 de julho é celebrado o Dia de Proteção às Florestas. Nesta data, é comemorado também o Dia do Curupira, um dos entes mais fantásticos e populares do Brasil, presente nas narrativas indígenas e no folclore nacional. Ele tem sob seus cuidados a floresta e os animais que nela vivem e, naturalmente, faz de tudo para defendê-los, confundindo os caçadores com suas pegadas que levam sempre a rumo contrário.

Através do projeto de lei 558 de 1968, apresentado pela deputada Dulce Salles Cunha Braga, que se propôs o Curupira como símbolo estadual de guardião e protetor das florestas e dos animais que nela vivem. O projeto de lei determinava ainda que o símbolo do Curupira seria difundido nas escolas de graus primário e médio e que a Secretaria da Agricultura e da Educação deveriam tomar as providências no sentido de difundir o Curupira como protetor da flora e fauna. Em 9 de julho de 1970 Dulce reapresentou o projeto de lei, agora com número 40.

Em agosto daquele ano, o deputado Solon Borges dos Reis recomendou que o projeto fosse aprovado pela casa. Entre as justificativas, escreveu que “diariamente nos jornais temos notícias de atos criminosos no sentido de devastar a nossa flora e a fauna, apesar da proteção que o estado oferece. É importante, a fim de pôr paradeiro a esses atos criminosos, educar as nossas crianças, mostrando-lhes os aspectos positivos da preservação forçosa da natureza e da fauna, tão necessárias à vida do homem”.

Em primeiro de setembro de 1970, a Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo aprovou o projeto de lei, que foi promulgada em 11 de setembro de 1970 pelo Governador Roberto Costa de Abreu Sodré instituiu o Curupira com o Símbolo Estadual de Guardião e Protetor das Florestas e dos animais.

Em 21 de setembro daquele mesmo ano, Dia da Árvore, foi inaugurado o monumento ao Curupira no Horto Florestal de São Paulo, atualmente Parque Estadual Alberto Löfgren (PEAL), onde hoje está localizada a Unidade Horto Florestal do Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA). A estatueta foi doada pelo prefeito de Ribeirão Preto, Antônio Duarte Nogueira, feita a partir de uma estátua do Curupira existente no bosque Fábio Barreto, naquele município.

A estátua do Horto sofreu depredações na década de 1990. Após ser retirada de seu pedestal, muitas pessoas que passavam pela área do Parque relatavam sobre as memórias afetivas que tinham relacionadas àquele Curupira. Atualmente, após ser parcialmente restaurada por um servidor do antigo Instituto Florestal, está no Museu Florestal “Octávio Vecchi”.

A partir de 2018, Felipe Zanusso, ex-funcionário da Fundação Florestal, em parceria com Natália Almeida, que era responsável pelo Museu, pesquisando as origens do Curupira do Horto, chegou ao artista Thirso Cruz, com 82 anos à época. Eles descobriram que a obra original de Ribeirão Preto havia sido furtada, mas que uma nova estátua havia sido confeccionada e colocada no Parque Parque Prefeito Luiz Roberto Jábali (conhecido também como Parque do Curupira). Em 2019, o artista preparou um novo Curupira também para o PEAL. Deste modo, em 21 de setembro daquele ano, o símbolo do protetor da biodiversidade das florestas paulistas voltou a ser representado na área externa do Parque. A volta do Curupira ao Horto foi um dos eventos mais marcantes da Festa das Árvores, realizada ao longo daquele mês.

No início deste mês, dia 9 de julho de 2024, Thirso Cruz faleceu aos 86 anos. Sua obra segue inspirando pessoas de todas as idades a estreitar suas relações com a natureza e com aqueles que vivem nela.