
28/06/2024
No mês de junho, o Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA) intensificou as atividades do EducaTrilha na Escola, programa que oferece formação e tutoria a professores. As aconteceram ações no âmbito das Semanas Integradas do Meio Ambiente de Piracicaba e propiciaram aos professores e estudantes de escolas municipais, estaduais e particulares diversas oportunidades diferenciadas de aprendizado em diferentes espaços educadores.
O primeiro encontro do mês foi no Espaço Cacuí, no Imaflora, ONG que atua na área socioambiental. Os professores e coordenadores pedagógicos tiveram a oportunidade de conhecer um pouco sobre a atuação da instituição, refletir sobre o trabalho em rede, bem como trocar ideias entre si sobre os projetos de educação ambiental, cultural, inclusiva e de promoção da saúde e bem-estar no enfrentamento às mudanças globais que estão desenvolvendo em suas escolas. Além disso, houve uma tutoria individual com cada escola, de modo que a equipe do EducaTrilha ouviu as ideias de projetos das escolas e fez contribuições na construção das atividades que serão desenvolvidas. “Achei muito interessante a metodologia, pretendo fazer uso dela na minha escola, pois direciona as ações, aponta um norte para o que realmente importa, além de contribuir com ideias e reflexões que se somam ao projeto em desenvolvimento”, relata Marcos Antônio dos Reis, coordenador geral da Escola Estadual Felipe Cardoso.
Após a tutoria, os professores tiveram a oportunidade, nos próximos encontros, de conhecer outros espaços educativos. No Instituto CLQ, o tema foi o uso de uma estação meteorológica como ferramenta de educação ambiental. “A pretensão é espalhar as miniestações meteorológicas em diversas escolas diferentes e ajudar no desenvolvimento de atividades educacionais, aproveitando ao máximo esse recurso para criar projetos que envolvam tecnologia, meio ambiente, criatividade, mão na massa e a integração entre currículo escolar e aplicação prática do conhecimento feita diretamente pelos estudantes e seus professores”, revela Sérgio Ferreira, diretor do Instituto CLQ. A professora Poline Hosana da Silva Carroquei, do Instituto Saber, ressalta que o uso desse aparato tecnológico torna acessível e cria proximidade com temas extremamente relevantes no cenário atual. “Ampliamos nosso olhar para nos mantermos na busca de novos conhecimentos e investigações, e tornar nossos alunos cada vez mais críticos e transformadores da nossa realidade”, complementa.
Já na Casa do Hip Hop, os professores vivenciaram atividades corporais, conheceram a história o espaço, sua horta comunitária e suas ações. Os integrantes da Casa contaram que, em um cenário inicial de violência, crime e drogas, o espaço vem atuando em questões sociais, ambientais, de soberania alimentar e participação política. “A rica história dessa rede de pessoas que constitui a Casa do Hip Hop traz algumas chaves para a promoção do pertencimento e para a contribuição para uma transformação local, a partir da integração entre cultura, meio ambiente, educação, esporte e políticas públicas. Algumas das chaves desenvolvidas e trabalhadas ao longo dessa história e que nos abastecem de esperança e inspiração são, entre outras: o trabalho coletivo, comunitário e participativo; a valorização das capacidades de todos; a cultura como chave para identidade e pertencimento; a persistência e a força comunitária. Uma experiência que mostra que a transformação é possível e ela vem também e com muita força da periferia”, comenta Karine Faleiros, do projeto Corredor Caipira.
No final do mês, o encontro foi realizado no Núcleo de Educação Ambiental da Prefeitura de Piracicaba e teve como foco a compreensão sobre os critérios de avaliação do programa e como construir um portfólio. Esse portfólio é apresentado pelos professores participantes do programa Educatrilha a cada ano em outubro. Traz todas as ações de educação ambiental, cultural, inclusiva e de promoção da saúde e bem-estar no enfrentamento às mudanças globais desenvolvidas na escola e sua relação com os critérios de pontuação baseados nas Políticas Nacional, Estadual e Municipal de Educação Ambiental, nos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Base Nacional Comum Curricular e em estudos relativos a tais temas. A partir da análise desses portfólios, os professores das escolas mais bem pontuadas ganham uma viagem a uma área protegida da Fundação Florestal escolhidas por eles.
Além dos encontros com os professores e todos os desdobramentos de atividades nas escolas, o mês do meio ambiente também contou com visitas dos estudantes na Estação Experimental de Tupi. No total, neste ano, terão sido realizadas 14 visitas (incluindo escolas municipais e particulares). Em todas elas, é feita uma trilha, sendo que as dinâmicas e os temas abordados antes, durante e depois variam de acordo com o projeto da escola. “Conseguimos prender a atenção dos alunos sem o uso de celular. O descobrimento de novas sensações e novos saberes completaram o passeio”, destaca João Vitor Pedroso, professor de Ciências da Escola Estadual Prof. Hélio Penteado de Castro.
A edição de 2024 do programa EducaTrilha é realizada pelo IPA em parceria com a Prefeitura de Piracicaba, o projeto Corredor Caipira – Conectando Paisagens, a Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” da Universidade de São Paulo (Esalq/USP) e a Fundação Florestal, com patrocínio da CJ do Brasil e OJI Papéis.
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