
07/05/2024
No dia 26 de abril, o Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA) ofereceu a palestra “Como, quando e por que armazenar sementes”, ministrada pelo pesquisador científico Claudio José Barbedo. A palestra foi realizada em ambiente online e teve a participação de mais de 120 pessoas.
“Todos nós utilizamos grãos armazenados rotineiramente, como feijões, lentilhas, grãos-de-bico, milhos de pipoca, entre tantos outros. Quando esses grãos são destinados ao plantio, são chamados de sementes, que também podem ser armazenadas. Contudo, nem sempre esse armazenamento é possível e, mesmo quando o é, as condições e os períodos possíveis para esse armazenamento podem variar de dias a décadas. Nessa palestra, mostramos quando, porque e como armazenar as sementes, conforme a necessidade e o destino delas”, resumiu Barbedo.
O pesquisador, ao longo da palestra, apresentou diferentes tipos de sementes e como suas características influenciam na possibilidade, no método e no tempo de armazenamento. O adequado armazenamento, retarda o processo de deterioração da semente. Dois fatores são essenciais: a quantidade de água e a temperatura. Quanto menor a quantidade de água na semente, mais lenta é a deterioração. Em relação à temperatura, quanto menor é a temperatura, menor é o metabolismo da semente e menor é a deterioração. Assim, a secagem e o armazenamento a baixas temperaturas (refrigeração ou até congelamento) são técnicas bastante eficientes de preservação de sementes.
As sementes que toleram a dessecação e permanecem viáveis, ou seja, são capazes de germinar, são chamadas de sementes ortodoxas. São exemplos as sementes de feijão e de grão de bico.
No entanto, nem todas as sementes suportam a dessecação e, quando submetidas a secagem, acabam perdendo a capacidade de germinar, tornando muito difícil o armazenamento. Essas sementes são conhecidas como recalcitrantes. São exemplos as sementes de ingá, pinhão, pitanga e muitas outras espécies nativas do Brasil. Existe um gradiente de variação de comportamentos entre as sementes “mais” recalcitrantes e as típicas ortodoxas, gerando um desafio para quem trabalha com armazenamento de sementes.
Claudio apresentou ainda uma série de características fisiológicas das sementes, como respondem às condições ambientais e como influenciam no armazenamento. Por fim, comentou sobre as pesquisas desenvolvidas por pesquisadores brasileiros e que estão na vanguarda da geração de conhecimento sobre sementes no mundo.
A palestra, realizada em comemoração ao Dia Internacional da Preservação das Sementes, foi a quinta de uma série que o IPA vem promovendo em datas relacionadas às pautas científica e ambiental.
Assista à palestra no YouTube do IPA:
Notícias relacionadas
- Palestra do IPA aborda influência dos habitats urbanos na brioflora paulistana e a relevância desses dados no contexto das mudanças climáticas
- Jogo digital para promover turismo de natureza e conservação será tema de palestra no IPA na próxima quarta-feira (28)
- Palestra apresenta uma visão geral da meteorologia: a atmosfera e seus fenômenos