22/12/2023

No dia 8 de dezembro, a Escola Estadual Guilherme de Almeida apresentou à comunidade escolar, em evento de boas práticas pedagógicas, o projeto ambiental Cultivando o Futuro, realizado ao longo de 2023 em parceria com o Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA). O objetivo do projeto foi apresentar aos estudantes a importância do IPA e do Parque Estadual Alberto Löfgren para a preservação e recuperação das florestas através de atividades de vivência, visando engajar os jovens. O evento foi promovido pela Diretoria de Ensino Norte 2.

A Escola Estadual Guilherme de Almeida conta com mais de mil alunos. Por ser uma escola de passagem e por estar localizada em um ponto estratégico de geração de emprego, recebe estudantes de toda a região. Ela fica na zona norte da capital paulista, próxima ao Parque Estadual Alberto Löfgren (também conhecido como Horto Florestal), um ambiente conhecido por todos os estudantes como local de lazer. Mas a maioria não sabe que também há uma unidade do Instituto de Pesquisas Ambientais.

A parceria da escola com o IPA vem de anos anteriores. O projeto interdisciplinar, proposto pela coordenadoria pedagógica Luiza Maria de Almeida, envolveu vários professores e integrou turmas de Ensino Fundamental II e Ensino Médio. Foi realizado ao longo do ano em três etapas e as atividades contaram com a participação do pesquisador científico Osny Tadeu de Aguiar e da especialista ambiental Natália Almeida, ambos do IPA

A primeira etapa, realizada em junho, consistiu em duas visitas das turmas dos anos finais do Ensino Fundamental à unidade Horto Florestal do IPA. O objetivo desta etapa foi apresentar a importância da pesquisa aplicada desenvolvida pela instituição de pesquisa. Os alunos puderam conhecer o viveiro experimental e o Herbário Dom Bento José Pickel. Na ocasião, os estudantes tiveram uma aula sobre proteção ambiental, conheceram o pau-brasil e aprenderem como essa árvore, antes considerada extinta, vem se recuperando. Também plantaram duas mudas no Instituto e realizaram plantio de sementes. Conheceram ainda o banco de sementes. No mês de setembro, aconteceu a segunda etapa, que envolveu diversas atividades: foi realizada uma “Caminhada histórica” com alunos do Ensino Médio, na qual eles conheceram as instalações do IPA, os prédios históricos e os monumentos dos protetores do Parque: São João Gualberto e Curupira. Em seguida, foram realizadas três visitas monitoradas ao Museu Florestal “Octávio Vecchi” para estudantes dos anos finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio. Por fim, foi realizado um plantio de mudas nativas na escola. Em novembro, foi realizada a terceira etapa do projeto, com a realização de oficina de monotipia para os estudantes dos ensinos Fundamental e Médio.

“Os estudantes e professores se engajaram em todas as fases, houve uma forte adesão. Percebemos já no primeiro momento um grande interesse e motivação dos estudantes, e isso é justificável porque a atividade proposta ocorreu em um ambiente não formal de ensino. O ensino deve desenvolver a curiosidade e o gosto de aprender, questionando, investigando, levantando hipóteses e avaliando resultados. As mudas plantadas na escola ganharam atenção constante. A oficina de monotipia já foi replicada e já há interesse em sua continuidade. Percebemos um avanço na perspectiva dos estudantes sobre o assunto. A semente da sustentabilidade foi plantada em suas mentes. Que com isso eles adquiriram a consciência de plantar essa semente nas mentes dos seus familiares e amigos e quem sabe um dia teremos ideias sustentáveis plantadas na consciência de todas as pessoas”, relata Luiza, ressaltando como pontos fortes da ação. “Aprender sobre o herbário foi importante para docentes e discentes. Muitos estudantes disseram que foi o melhor passeio que participaram”, complementa.

Em se tratando de currículo, foram envolvidas as disciplinas de Ciências, Biologia, Física, Química, Geografia, Matemática, Língua Portuguesa, Arte e Projeto de Vida.

“A Educação Ambiental precisa ser valorizada, de modo a contribuir para repensar a sociedade em seu conjunto. Não se trata, simplesmente, de proteger a natureza na perspectiva dos atuais modelos de desenvolvimento, mas também de construir novas realidades e novos estilos de desenvolvimento individual e coletivo”, conclui a coordenadora do projeto.