No dia 8 de novembro, aconteceu a 12ª edição do Seminário Frutos da Mata Atlântica – o sabor da biodiversidade. O objetivo do evento é através do diálogo entre pesquisadores e produtores estimular o plantio, o consumo e a pesquisa de científica de espécies frutíferas nativas do bioma com potencial comercial. O encontro, organizado pelo Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA), foi realizado presencialmente no município de Registro/SP e também contou com transmissão online.

Na primeira palestra, Carlos Eduardo Seoane, pesquisador da Embrapa Florestas, apresentou um caso de sucesso de prática agroflorestal com palmeira-juçara (Euterpe edulis) na restauração de uma área de Mata Atlântica na região do Vale do Ribeira. A espécie, que é parte da cultura das comunidades tradicionais, está ameaçada de extinção por conta da extração predatória do palmito. Com o manejo sustentável, é possível aliar a conservação da espécie à geração de renda para as pessoas.

Em seguida, Miguel Freitas, pesquisador científico do IPA, ministrou palestra sobre pomares de sementes de espécies nativas, no qual apresentou os resultados de pesquisas sobre melhoramento genético realizadas ao longo de décadas na instituição com o foco na conservação. “O IPA pode orientar os agricultores para realizarmos um trabalho em conjunto e desenvolvermos produtos em comum, como acontece na Secretaria de Agricultura. Nós falamos de restauração, mas podemos também trabalhar com produção madeireira e produtos não madeireiros”, comenta o pesquisador.

Na última parte do evento, aconteceu uma mesa redonda no qual foram apresentados programas e ações regionais para a sustentabilidade. A mesa teve a participação de Thiago Conforti, da Fundação Florestal (FF), Bruno Gianez, da Cobio (ONG parceira da Cooperativa Agricultura Familiar de Sete Barras), Francisca Alcivânia Silva, da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho (Unesp) de Registro, e Roberto Resende, do Iniciativa Verde. Os debates foram mediados pelo pesquisador do IPA Ocimar Bim, que também é um dos autores do trabalho apresentado pelo primeiro palestrante do Seminário.

O Frutos da Mata Atlântica foi criado em 2012, pelo então Instituto Florestal (atual IPA), com o objetivo de difundir as frutas do bioma que tivessem potencial comercial. Inicialmente realizado na capital paulista, com os anos o evento cresceu e em 2016 foi levado para Registro para que geograficamente ocorresse mais próximo dos produtores rurais que já trabalhavam com esses produtos. Desde 2017 acontece no Bunkyo de Registro. Em paralelo ao evento, foi realizada feira de agricultores familiares, com exposição, degustação e comercialização de produtos típicos, como chá orgânico e artesanal, mel de abelhas sem ferrão, suco, creme e bolos de polpa de juçara, juçara, café, pães artesanais, mudas de frutíferas nativas, entre outros.

O Seminário foi coordenado pelo pesquisador científico Luis Alberto Bucci, do IPA. O evento foi realizado em parceria com a Associação dos ex-bolsistas da JICA (Abjica) e com o apoio da Unesp, da FF, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Iniciativa Verde, da Prefeitura de Registro, da Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA), da Associação Nipo Brasileira do Bairro da Raposa e Região, entre outros.

A gravação da transmissão online do evento pode ser acessada no link abaixo: