
24/10/2023
A pesquisadora científica do Instituto de Pesquisas ambientais (IPA) Marília Gaspar Maïs participou, no início deste mês, do Seminário de Meio-Termo, organizado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), realizado em Brasília. O encontro reúne, ao longo dos meses de outubro e novembro, os coordenadores das 49 áreas de avaliação da Capes para debater o andamento do processo avaliativo do quadriênio atual (2021 a 2024), fornecendo um diagnóstico intermediário de cada área e permitindo que cada programa tenha uma perspectiva do processo de avaliação em curso. Também estão sendo discutidos os possíveis aprimoramentos para o processo avaliativo do próximo quadriênio (2025 a 2028).
Marília é vice-coordenadora do Programa de Pós-graduação em Biodiversidade Vegetal e Meio Ambiente (PPG-BVMA) do IPA e participou das discussões e atividades referentes à Biodiversidade, junto à maior parte dos coordenadores dos 136 cursos deste campo. Inicialmente, foi apresentado um panorama geral da área, os dados referentes ao período de 2021 e 2022 e a proposta para o novo “Documento de Área”, que traz considerações sobre o estado atual e o futuro da área de Biodiversidade.
Foi reforçada a importância dos processos de autoavaliação e planejamento estratégico dos programas, itens obrigatórios, utilizados para compor a nota dos cursos na avaliação quadrienal. Também foram discutidos os dados do sistema Qualis de ranqueamento da produção científica, a retomada dos programas de pós-doutorado, a questão de remanejamento das bolsas excedentes, entre outros assuntos.
No quesito “Impacto na Sociedade: inovação, visibilidade e internacionalização”, foram discutidas as estratégias de internacionalização e a necessidade de se trabalhar por uma política inclusiva, que considere as particularidades regionais e valorize os impactos locais dos programas.
Os coordenadores debateram ainda os diversos problemas que têm afetado os cursos de pós-graduação, como a baixa reposição nos quadros de docentes, os impactos negativos da pandemia sobre a produtividade e a questão de saúde mental dos estudantes no pós-pandemia, que tem levado ao adiamento de defesas e ao aumento da taxa de evasão.
No último período do seminário houve ampla discussão sobre a nova ficha de avaliação para o quadriênio 2025-2028. Entre as questões debatidas, destacaram-se: os indicadores relativos aos alunos egressos; quais itens poderiam ser informativos e não avaliativos; e a inclusão na avaliação, além da produtividade, de atividades inerentes à formação dos estudantes.
“A participação no Seminário de Meio-termo foi uma grande oportunidade para trocar experiências com os coordenadores dos cursos, assim como com os dirigentes da Capes e discutir os problemas atuais, tanto os relativos à pós-graduação no Brasil, como os específicos da área de Biodiversidade. Foi importante perceber que muitos dos problemas que nosso programa tem enfrentado são problemas comuns a vários cursos no país. Também considero fundamental a oportunidade de discutir a nova ficha de avaliação do próximo quadriênio, para que seja pensada em conjunto com os coordenadores dos programas, que trazem sua experiência e o conhecimento das características institucionais, sociais e regionais de cada programa”, relata a pesquisadora.
O Programa do IPA
O Programa de Pós-graduação em Biodiversidade Vegetal e Meio Ambiente foi criado em 2002, no então Instituto de Botânica. Tem como objetivo principal formar e aperfeiçoar profissionais habilitados, para atuar em posições de liderança no ensino e pesquisa nas áreas de Biodiversidade e Meio ambiente.
Oferece formação em nível de Mestrado e Doutorado em duas áreas de concentração: Plantas Avasculares e Fungos em Análises Ambientais (PAF) e Plantas Vasculares em Análises Ambientais (PVA).
Desde 2009, o Programa está avaliado em “conceito 5” pela Capes. É considerado um Centro de Excelência em Botânica, por apresentar corpo docente formado por especialistas na maioria dos grupos de vegetais, fungos e cianobactérias, reconhecidos nacional e internacionalmente.
O Programa tem um perfil diferenciado por estar alocado em um instituto de pesquisa ligado a uma Secretaria de Governo, onde as pesquisas têm uma forte aplicação prática e, não raramente, têm gerado parâmetros para políticas públicas adotadas pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil). Assim, o PPG-BVMA vem oferecendo, há 20 anos, treinamento com abordagem multidisciplinar sobre plantas e ecossistemas, contribuindo para a formação de profissionais habilitados a atuarem na realização de pesquisas botânicas, ecológicas, avaliação de impactos ambientais, preservação e uso sustentável da biodiversidade, fornecimento de subsídios para a recuperação de ecossistemas, além de estudos voltados à biotecnologia, tanto de plantas vasculares como de microrganismos, tais como prospecção de genes de interesse, fármacos e substâncias bioativas, bem como detecção de substâncias tóxicas produzidas pelas cianobactérias em águas de abastecimento urbano.
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