
11/09/2023
O que te vem à cabeça quando se fala no dia 11 de setembro? Para muitas pessoas, a data remete a um ou a outro evento histórico trágico. No entanto, para o Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA) é uma data simbólica de comemorações. Este dia nos leva a três importantes “personagens” da conversação ambiental em São Paulo e no Brasil: o naturalista sueco Alberto Löfgren, a figura folclórica do Curupira e o bioma Cerrado.
Nascimento de Alberto Löfgren
Em 11 de setembro de 1854 nasceu o naturalista sueco Alberto Löfgren, que teve atuação imprescindível para a formação do pensamento conservacionista em São Paulo e no Brasil. Em 1886, integrou a Comissão Geográfica e Geológica da Província de São Paulo (CGG), que seria o embrião do Instituto Florestal e do Instituto Geológico (em 2021 foram fundidos ao Instituto de Botânica para forma o IPA). Em 1896, Löfgren criou a área onde hoje está localizado a área onde está localizada atualmente a unidade Horto Florestal do IPA, na zona norte da capital paulista.
Löfgren foi homenageado por taxonomistas botânicos com um gênero e 22 espécies de plantas de 15 famílias. Em 2019, foi homenageado com o prêmio Paul Donovan Kigar de Honra ao Mérito por Realizações de Vida, junto ao estadunidense Orville Derby, seu colega de CGG.
Curupira é Lei em SP
No dia 11 de setembro de 1970, o governador de São Paulo instituiu o Curupira com o Símbolo Estadual de Guardião e Protetor das Florestas e dos animais. Em 21 de setembro (dia da árvore) daquele mesmo ano, foi instalada uma estátua do Curupira no Horto Florestal de São Paulo, hoje denominado Parque Estadual Alberto Löfgren (PEAL). O monumento é uma réplica doada pelo prefeito de Ribeirão Preto, feito a partir de uma estátua existente naquele município. Hoje, a estátua “paulistana” do Curupira encontra-se no Museu Florestal “Octávio Vecchi”, localizado no mesmo Parque.
A partir de 2018, Felipe Zanusso, do Movimento Conservatio, em parceria com Natália Almeida, que era responsável pelo Museu, pesquisando as origens do Curupira do Horto, chegou ao artista Thirso Cruz, com 82 anos à época. Eles descobriram que a obra original de Ribeirão Preto havia transferida para a secretaria municipal e posteriormente furtada, mas que uma nova estátua havia sido confeccionada e colocada no Parque Prefeito Luiz Roberto Jábali (conhecido também como Parque do Curupira). Thirso havia esculpido esta nova imagem de Ribeirão preto e preparou em 2019 um novo Curupira também para o PEAL. Deste modo, em 21 de setembro daquele ano, o símbolo do protetor da biodiversidade das florestas paulistas voltou a ser representado na área externa do Parque. A volta do Curupira ao Horto foi um dos eventos mais marcantes da Festa das Árvores, realizada ao longo daquele mês.
Dia do Cerrado
Em 2003, um decreto federal instituiu 11 de setembro como o Dia do Cerrado. O bioma preserva elevada riqueza de espécies. Proporciona ainda a proteção das nascentes de oito das doze regiões hidrográficas do Brasil.
O IPA realiza pesquisa em diversas áreas protegidas com remanescentes de Cerrado no estado de São Paulo, como a Estação Experimental de Mogi Guaçu e a Estação Ecológica de Itirapina, e em outros estados. A instituição tem em seu corpo técnico uma especialista em restauração do bioma: a pesquisadora científica Giselda Durigan, que atua na compreensão das características e dinâmicas do Cerrado, gerando dados importantes para subsidiar as políticas de conservação.
Veja abaixo algumas dessas pesquisas que foram recentemente divulgadas no site do IPA:
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