26/12/2022

Imagem: Paulo A. Muzio / Ilustração gerada por IA na plataforma Midjourney

A necessidade de se promover a aproximação entre o conhecimento científico e públicos não especializados é consenso fácil. Mas para que esse processo de comunicação não fique apenas no discurso e tenha efetividade, são necessárias ferramentas e estratégias específicas.

Um dos instrumentos herdados do Instituto Florestal pelo Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA) do estado de São Paulo para fazer divulgação científica foi a parceria com a Agência Bori. A parceria surgiu como resultado de uma articulação entre os editores de Revista do Instituto Florestal e a Associação Brasileira de Editores Científicos (ABEC).

A Bori é uma agência de notícias que busca fazer a ponte entre a pesquisas realizadas no Brasil e os meios de comunicação. Os jornalistas da Bori avaliam os artigos publicados no periódico científico para verificar quais têm relevância. A partir daí, preparam textos de divulgação e enviam para centenas de jornalistas que estão cadastrados no site da agência, alcançando desde profissionais autônomos até aqueles que atuam em grandes mídias.

No período de um ano, como fruto testa parceria, a Bori já produziu 6 matérias jornalísticas sobre pesquisas publicadas na Revista do Instituto florestal. Foram realizadas divulgações de artigos de autoria tanto de pesquisadores do IPA quanto de outras instituições, como a Universidade Estadual Paulista (Unesp), a Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, da Universidade de São Paulo (ESALQ/USP), a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a Universidade de Cuiabá, a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRJ) e a Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), no Rio Grande do Norte. A Revista do Instituto do Instituto Florestal e a atuação conjunta com a Bori, portanto, promovem não apenas a ciência produzida no IPA e no estado de São Paulo, mas também em todo o país. Uma dessas matérias foi replicada no site da Scientific American Brasil.

Segue abaixo o histórico das divulgações no site da Bori:

  • Estudo identifica aptidão da jurema-preta para uso em pisos de madeira (6/12/2021)
    Árvore arbustiva comumente usada como lenha tem qualidade para a construção de móveis de pequenas dimensões e produtos de maior valor agregado, como pisos de madeira. As cores da jurema-preta agregam valor estético às tábuas. A descoberta gera mais possibilidades de renda para comunidades rurais pobres da região Nordeste, que subaproveitam a madeira.
  • Com grande volume de água, bacias de Cunha (SP) são importante manancial da Mata Atlântica (30/03/2022)
    Maior estudo já feito na Mata Atlântica monitorou três bacias de Cunha, interior de São Paulo, por mais de 20 anos. A grande quantidade de chuva somada à baixa evaporação faz com que o volume de água das bacias seja alto em relação à média anual do estado. O córrego das bacias ajuda a alimentar rios como o Paraíba do Sul, que abastece milhões de pessoas nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro.
  • Dezoito espécies de aves são vistas pela primeira vez em matas de brejo no interior de SP (30/06/2022)
    Pesquisa analisou biodiversidade de aves nas matas de brejo, em Bauru (SP), no período de um ano. Diversas aves procuram esse ecossistema como um refúgio de habitat e para alimentação, principalmente em períodos secos. Preservar tais ecossistemas é uma forma de proteger não apenas a flora local, mas diferentes aves que só são encontradas nessas regiões.
  • Esterco de aves é o que mais reduz acidez de solo e favorece plantações no Cerrado, aponta estudo (12/09/2022)
    Experimento com esterco de diferentes animais aponta que o das aves foi o que apresentou os maiores efeitos redutores da acidez do solo. A depender do nível de acidez, pode haver toxidade por alumínio e redução nos teores de macro e micronutrientes disponíveis no solo, o que compromete o crescimento e desenvolvimento das plantas. O estudo foi realizado em latossolo, tipo de solo que predomina no Cerrado, onde está grande parte das áreas destinadas aos plantios.
  • Um terço das Áreas de Preservação Permanente em São Luiz do Paraitinga (SP) estão suscetíveis a inundações (16/12/2022)
    Apesar de histórico de desastres naturais, um terço (32%) das Áreas de Preservação Permanente em São Luiz do Paraitinga (SP) estão altamente suscetíveis a escorregamentos e inundações. Restauração florestal é alternativa para a prevenção de escorregamentos e inundações, como a que deixou 3 mil sem casa em 2010. Ações de proteção ambiental podem facilitar a conciliação entre interesses econômicos e ambientais, resultando em maior segurança para a população.