A pesquisadora Daniela Gírio Marchiori Faria, da Seção de Geologia Aplicada e Ambiental do INSTITUTO GEOLÓGICO, vem desenvolvendo projeto de doutoramento intitulado “Mapeamento de risco de escorregamentos em encostas urbanas: comparação entre experiências recentes e aplicação do Método Multicritério de Análise à Decisão (MMAD)”.

O projeto, que se encontra em fase de finalização, baseia-se na metodologia do mapeamento de áreas de risco de escorregamentos em encostas urbanas aplicado em vários municípios do Estado de São Paulo, sendo realizado desde 1990, a partir de iniciativas de órgãos públicos e com a participação de diversas instituições. A metodologia adotada baseia-se em levantamento de campo, identificação dos indicadores de suscetibilidade e de risco, identificação dos processos de instabilização, análise qualitativa (comparação dos indicadores identificados) e classificação do risco. Apesar de o método ser bastante conhecido e aplicado, sua base é qualitativa e envolve um grau de subjetividade. Essa metodologia de mapeamento de risco vem auxiliando a elaboração de políticas públicas de prevenção e redução dos impactos dos escorregamentos em encostas urbanas, visando a proteção da população e seus bens materiais.

Assim, a pesquisa de doutoramento tem por objetivo principal diminuir a subjetividade na comparação e hierarquização dos critérios deflagradores do risco, utilizando a probabilidade subjetiva. Para isso, decidiu-se adotar um Método Multicritério de Análise à Decisão (MMAD), o qual classifica e ordena as alternativas, incorporando múltiplos critérios neste processo. É possível ordenar esses parâmetros em ordem decrescente de importância. Para tanto, pretende-se utilizar o Processo de Análise Hierárquica, conhecido como Método AHP (Analitic Hierarchy Process), cujo uso é indicado para problemas que envolvem a priorização de soluções potenciais através da avaliação de um conjunto de critérios, como é o caso dos critérios deflagradores dos escorregamentos.

Finalmente, pretende-se comparar o método desenvolvido utilizando o AHP com os resultados de mapeamentos de áreas de risco desenvolvidos pelo Instituto Geológico em alguns municípios do Estado de São Paulo.

O avanço esperado nesta pesquisa consiste na contribuição para uma melhor definição do grau de risco nos mapeamentos de risco a escorregamentos em encostas com ocupação urbana precária. Ou seja, definir o grau de risco com base em análises qualitativas, minimizando a subjetividade, tornando a classificação do risco mais objetiva. Com base nesses resultados, será possível definir de forma otimizada as ações necessárias para a gestão dos riscos identificados. Esses resultados irão contribuir, de forma mais precisa, para a realização de medidas de prevenção ao risco nas áreas prioritárias.

O doutoramento vem sendo desenvolvido no Departamento de Geotecnia da Escola de Engenharia de São Carlos, da USP, sob orientação do Prof Dr. Oswaldo Augusto Filho, e tem finalização prevista para início de 2011.

Este projeto insere-se no plano de ação 2009-2012 da Área de Atuação em Desastres Naturais do INSTITUTO GEOLÓGICO .

Fotos: Pesquisadora Daniela Girio Marchiori Faria, em trabalho de campo em área de risco de escorregamentos e quedas de blocos rochosos em São Sebastião.