- Foto: Pqc. William Sallum
A Caverna do Rio Fria (SP-40) foi descoberta em 1907 por Sigismund Ernst Richard Krone, que já havia catalogado 20 cavernas desde 1896, que as procurava para estudos paleontológicos e arqueológicos. Desde então, a Caverna do Rio Fria ficou praticamente esquecida, com a localização incerta. Em 2009, durante estudos na região a caverna foi reencontrada e constatou-se ser uma caverna atípica, desenvolvida em depósitos antigos de tufas na Serra de André Lopes, no município de Barra do Turvo (Vale do Ribeira, SP). A caverna não foi originada por dissolução de rochas carbonáticas pré-existente, como comumente observado, mas sim uma cavidade originada pelo crescimento das tufas, depósitos carbonáticos que são depositados nos rios e cachoeiras, que acabaram por envolver o espaço da cavidade formando, assim, a caverna. No depósito antigo de tufa (Quaternário) afloram conglomerados, com clastos de rochas não carbonáticas do embasamento proterozóico, cimentados por tufa, sobrepostos por tufas rígidas, laminadas, com grande quantidade de clastos dispersos, em geral matriz suportados, de tamanhos variados, com níveis de conglomerados cimentados. A caverna encontra-se protegida, pois situa-se dentro do Parque Estadual Caverna do Diabo, porém possui diversos impactos causados por antiga atividade de mineração e pela visitação atual ocasional. Os estudos foram coordenados pelo pesquisador Dr. William Sallun Filho, com a participação de alunos do Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo, financiamento da FAPESP (Proc. n° 08/08583-7) e colaboração do Parque Estadual Caverna do Diabo (FF-SMA).
SALLUN FILHO, W.; ALMEIDA, L.H.S.; TORRESI, B. F.; GOUVEIA, F. R. N.; PERSON, A. L. Caverna do Rio Fria (SP-40) revisitada 100 anos depois de Krone: história e geologia de uma caverna formada pelo crescimento de tufa. Espeleo-Tema (São Paulo), v. 22, p. 7-23, 2011
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