- Foto: IG/SMA
Profissionais do Instituto Geológico – IG, ligado à Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo – SMA, trabalham, desde o final do ano passado, em algumas cidades do Vale do Paraíba no atendimento às vítimas das fortes chuvas que atingiram a região. Seis pessoas morreram e mais de 4 mil ficaram desabrigadas e outras 5 mil desalojadas por causa das chuvas nesta região.
Conforme estabelecido no Plano Preventivo de Defesa Civil (PPDC), os técnicos e pessoal de apoio do Instituto Geológico ficam de prontidão para atender aos chamados da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (CEDEC) durante o período crítico de chuvas, para avaliar as condições de segurança das moradias situadas em áreas de risco a escorregamento e inundação.
Paulo César Fernandes da Silva, geólogo, pesquisador e diretor adjunto do Instituto Geológico afirmou que há um estudo em andamento sobre o Vale do Paraíba e que já identificou, numa busca por jornais desde 1970 até hoje, que a região teve cerca de 1.500 ocorrências de enchentes e inundações. Há três fatores que contribuem para que ocorram problemas como os verificados nas cidades do Vale do Paraíba e também em Angra dos Reis: a característica do terreno e do relevo, o sistema atmosférico e o fator humano, o que envolve a forma de ocupação e a ausência de planejamento e ordenamento territorial, algo cultural e histórico em nosso país.
No município de São Luiz do Paraitinga, um dos mais castigados pelas fortes chuvas, o engenheiro civil Rodolfo Moreda Mendes, os geólogos Lídia Keiko Tominaga e Paulo César Fernandes da Silva, as geógrafas Rosangela do Amaral e Denise Rossini Penteado desenvolveram as seguintes atividades: acompanhamento e orientação ao Corpo de Bombeiros na busca de vítimas, vistoria em cerca de 30 moradias e escolas com problemas estruturais graves, remoção de famílias e a orientação da Defesa Civil nos procedimento de demolições das moradias comprometidas.
O geólogo Jair Santoro e o geógrafo Rogério Rodrigues Ribeiro estiveram no município de Cunha. De acordo com os especialistas, a situação do local é crítica devido a diversos escorregamentos, tanto na zona urbana quanto na rural, apresentando sérios problemas de acesso por conta da queda de várias pontes. O município, em estado de calamidade pública, apresenta os seguintes números: queda de cerca de 1.000 barreiras em estradas e rodovias; destruição de 300 pontes de madeira em estrada rural; 38 desabrigados; 492 desalojados; 12.000 isolados e 6 óbitos. Os pesquisadores indicaram a remoção de famílias em aproximadamente 90 residências.
No Município de Bananal, onde também ocorreram escorregamentos com vítimas, a geóloga Célia R. G. de Souza e o tecnólogo em construção civil Eduardo de Andrade deverão avaliar a área nos próximos dias.
Além das cidades do Vale do Paraíba, foram realizadas vistorias em áreas de risco no litoral norte e na Região Metropolitana de São Paulo.