- Foto: IG/SMA
No terceiro dia do II Congresso Aqüífero Guarani, foram apresentados os mais recentes conhecimentos adquiridos acerca do Sistema Aqüífero Guarani (SAG). O Dr. Ricardo Hirata, ex-pesquisador do Instituto Geológico e hoje na Universidade, apresentou uma síntese sobre a evolução do conhecimento sobre o SAG, decorrente das pesquisas desenvolvidas por pesquisadores brasileiros e dos demais países envolvidos no Projeto de Proteção Ambiental e Desenvolvimento Sustentável do Sistema Aqüífero Guarani. Entre os pontos discutidos no workshop Modelo Conceitual, Funcionamento e Potencialidades do Aqüífero Guarani, destacou-se que as estimativas sobre o volume de água confinada no aqüífero continuam indicando o valor de 35 quilômetros cúbicos. Do volume total do pacote aqüífero, apenas 6% dos recursos estariam passíveis de utilização diante das características geológicas e das restrições das atuais técnicas de captação de água subterrânea.
Nesse mesmo workshop, observou-se que ainda existem divergências sobre a idade da água atualmente armazenada em locais onde se realizou a datação da mesma, e o quanto essa informação seria consistente, visto a diferença entre o tempo do fluxo de água de recarga para o aqüífero e o tempo em que a água já estaria armazenada em um dado local.
Ainda no período da manhã, foi realizada a mesa redonda A participação indígena na proteção do aqüífero Guarani. Nessa mesa, representantes de comunidades indígenas do sul do país e do Mato Grosso, destacaram que as comunidades pretendem participar ativamente das decisões e das ações de proteção do aqüífero, onde possuem terras. Os atores públicos envolvidos na coordenação do projeto revelaram que as reivindicações estão sendo viabilizadas e poderão, ainda, vir a envolver outras comunidades tradicionais localizadas em áreas de ocorrência do aqüífero, como é o caso dos quilombolas.
No período da tarde do dia 06/11, foi realizada sessão técnica e painel, na qual foi apresentado o trabalho Modelo conceitual de circulação de água nos basaltos de Ribeirão Preto coordenado pela pesquisadora Amélia João Fernandes do IG.
Também no período da tarde, tiveram início as discussões acerca do modelo de gestão sugerido para o aqüífero. A primeira parte, realizada na quinta-feira, tratou das Diretrizes de utilização sustentável e proteção do aqüífero Guarani. Na sexta-feira (07/11) estão previstos dois workshops sobre o Plano de ações estratégicas para gestão do aqüífero Guarani, um em termos regionais e outro referente ao projeto piloto local no município de Ribeirão Preto.