15/09/2020

O solo é o resultado da interação de vários fatores: material de origem (rochas, sedimentos, entre outros), clima (calor e precipitação), organismos (plantas e animais), relevo e tempo. Para se ter uma ideia, para que 1 centímetro de solo seja formado, são necessários, segundo a Embrapa, em média 400 anos! Além disso, o solo é caracterizado pela presença de diferentes horizontes e/ou camadas, os quais se distinguem do material de origem devido a atuação dos processos pedogenéticos: adição, perda, transformação e transferência (Embrapa – www.embrapa.br).

Paleossolos são solos formados em períodos pretéritos, preservados na maior parte das vezes, por terem sido posteriormente recobertos por sedimentos. Tratam-se de importantes arquivos naturais dos ambientes aos quais eles estavam submetidos durante o processo de formação e desenvolvimento, fornecendo informações sobre o clima, vegetação e relevo do passado. Além disso, a presença de registro fóssil (plantas e animais) nesses paleossolos contribui para a interpretação da evolução dos ecossistemas terrestres (Andreis 1981; Retallack 2001; Ladeira 2010)

Ao longo dos últimos 35 anos, o Núcleo de Geomorfologia do Instituto Geológico tem desenvolvido várias pesquisas sobre a paleogeografia das áreas montanhosas do sudeste do Brasil. Sobre esta temática está em desenvolvimento a pesquisa de doutorado da Assistente Técnica Viviane Dias Alves Portela intitulada “Estudo dos paleossolos na Serra da Mantiqueira: implicações pedogeomorfológicas e paleoambientais”, sob orientação da Profa. Dra. Sheila Aparecida Correia Furquim (Programa de Pós Graduação em Geografia Física/USP e docente da Universidade Federal de São Paulo/UNIFESP), que conta também com a participação do Pesquisador Científico Silvio Takashi Hiruma (Núcleo de Geomorfologia) e do Assistente Técnico de Pesquisa Científica e Tecnológica Geovani Ferreira (Laboratório de Análises Geológicas). O projeto possibilitará conhecer melhor a evolução paleoambiental da Serra da Mantiqueira nas últimas dezenas de milhares de anos.

Foto: Sequência de horizontes A enterrados (cor preta) na Serra da Mantiqueira, evidenciando pelo menos 3 níveis de paleossolos.

Para saber mais sobre o assunto:

Artigos, livros e outros:

  •  ANDREIS, R.R. 1981. Identificación e importancia geológica de los Paleosuelos. Porto Alegre, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. 67p.
  • HIRUMA, S.T., MODENESI‐GAUTTIERI, M. C., RICCOMINI, C. 2012: Late Quaternary colluvial deposits in the Bocaina Plateau, southeastern Brazil highlands: age and palaeoenvironmental consequences. Boreas, 42: 306-316. https://doi.org/10.1111/j.1502‐3885.2012.00272.x.
  • LADEIRA, F.S.B. 2010. Solos do passado: origem e identificação. Revista Brasileira de Ciência do Solo, 34(6): 1773-1786. https://doi.org/10.1590/S0100-06832010000600001
  • LADEIRA, F.S.B. 2010. Pedologia. Revista Ciência Hoje, 46(275): 29-33.
  • RETALLACK, G.J. 2001. Soils of the Past, 2nd edition. Oxford: Blackwell, 404 p.

Sites:

Youtube:

  • Canal: LABPED UNICAMP
    LivePed – Paleossolos e Perfis de Alteração com indicadores da evolução de paisagens – https://youtu.be/HTt_FR4RlIg
  • Canal: Sociedade Brasileira de Geologia Paleossolos como ferramenta na análise de sequências sedimentares continentais – https://youtu.be/FrUQTXfjUlU

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