
04/05/2020
Na última quinta-feira, 30 de abril, o Instituto Florestal (IF) lançou o livro “Invasão por Pinus ssp: ecologia, prevenção, controle e restauração”. O manual reúne resultados de pesquisas do IF em parceria com outras instituições visando compreender os processos de invasão de Pinus e buscar soluções para o problema por meio de de técnicas de controle e restauração dos ecossistemas prejudicados. O evento de lançamento foi a primeira experiência do Instituto em realização de conferência online e contou com a participação de mais de 80 pessoas.
A pesquisadora científica do Instituto Florestal e autora principal do trabalho, Giselda Durigan, contou que o livro surgiu a partir de uma demanda levantada em reunião do Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema) na qual empresas plantadoras de Pinus se propuseram a fazer o controle da espécie, desde que fosse mostrado como. O Pinus não é uma espécie nativa do Brasil e, embora tenha grande valor econômico, seu potencial seu invasão causa grandes impactos em ecossistemas nativos.
Giselda contou que um dos grandes desafios nas metodologias apresentada no livro é fato de que há resistência muito grande no meio científico ao fogo, ferramenta bastante eficaz nas práticas de restauração. “Há espécies nativas que só se regeneram se queimadas e espécies que se beneficiam com a passagem do fogo. Ainda assim, o mais fácil, o mais barato, é a prevenção. Cortar uma árvore isolada antes que elas desencadeie uma invasão”, apontou a pesquisadora.
O livro é resultado da parceria de pesquisadores do Instituto Florestal com profissionais vinculados à Universidade de São Paulo, à Universidade de Campinas, à Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e à própria Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente (SIMA). Alguns dos autores foram orientandos de Giselda e suas pesquisas de doutorado foram imprescindíveis para a realização deste trabalho. E as áreas protegidas do Instituto Florestal serviram como laboratórios vivos para estes experimentos.
A videoconferência teve a participação de gestores de diversas unidades de conservação geridas pelo IF e pela Fundação Florestal, além de representantes de outras instituições, como reservas da biosfera e universidades, além de interessados em geral. Todos tiveram a oportunidade de fazerem perguntas à autora, esclarecendo dúvidas ou dando contribuições.
O diretor geral do IF Luis Alberto Bucci abriu o evento, que teve a participação do secretário de infraestrutura e meio ambiente Marcos Penido e subsecretário de meio Ambiente Eduardo Trani.
Bucci sugeriu a publicação de uma resolução da SIMA com as metodologias apresentadas no livro. “Deste trabalho científico pode sair uma normativa que direcione a questão do controle para nosso estado e provavelmente para o Brasil”, vislumbrou o diretor geral do IF.
“Podemos inserir junto de nossas metas essas ações preventivas, que o quanto antes forem feitas, trarão mais economia e mais proteção. Sem esse estudo a gente ficaria sem o conhecimento de como atuar. A questão do Pinus precisa ser encarada com a seriedade que este trabalho mostra. A preservação passa pelos institutos de pesquisa, passa pelos estudos e passa por publicações da qualidade desta que estamos vendo”, sustentou Penido.
Trani ressaltou a importância de investir recursos em pesquisa científicas para que elas auxiliem na gestão das áreas protegidas, na gestão da biodiversidade e na melhoria com o diálogo com o setor produtivo. “O Instituto Florestal cumpre com esta publicação uma etapa muito importante na produção científica vinculada à questão florestal. Este material contribui com que ampliemos cada vez mais nossa capacidade de atuação na preservação e conservação da biodiversidade e será de grande apoio aos tomadores de decisão”, complementou o subsecretário de meio ambiente.
Giselda Durigan afirmou que são oportunidades raras e valiosas como esta, quando se consegue transformar o conhecimento de cientistas em politica pública.”Este livro é produto simbólico deste processo em que a ciência se torna a mudança no mundo”, afirmou pesquisadora.
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