Um dos entes mais fantásticos e populares do Brasil, presente nas narrativas indígenas e no folclore nacional, protetor incansável da nossa flora e fauna. Ele tem sob seus cuidados a floresta e os animais que nela vivem e, naturalmente, faz de tudo para defendê-los, confundindo os caçadores com suas pegadas que levam sempre a rumo contrário.
Devido à sua importância, desde 1970 o Curupira é oficialmente o guardião das florestas e animais que vivem em São Paulo!
O Curupira é legalmente reconhecido como protetor das nossas matas
Foi através do projeto de lei 558 de 1968, apresentado pela deputada Dulce Salles Cunha Braga, que se propôs o Curupira como símbolo estadual de guardião e protetor das florestas e dos animais que nela vivem. O projeto de lei determinava ainda que o símbolo do Curupira seria difundido nas escolas de graus primário e médio e que a Secretaria da Agricultura e da Educação deveriam tomar as providências no sentido de difundir o Curupira como protetor da flora e fauna. Em 9 de julho de 1970 Dulce reapresentou o projeto de lei, agora com número 40.
Em agosto daquele ano, o deputado Solon Borges dos Reis recomendou que o projeto fosse aprovado pela casa. Entre as justificativas, escreveu que “diariamente nos jornais temos notícias de atos criminosos no sentido de devastar a nossa flora e a fauna, apesar da proteção que o estado oferece. É importante, a fim de pôr paradeiro a esses atos criminosos, educar as nossas crianças, mostrando-lhes os aspectos positivos da preservação forçosa da natureza e da fauna, tão necessárias à vida do homem”.
Em primeiro de setembro de 1970, a Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo aprovou o projeto de lei, que foi promulgada em 11 de setembro de 1970 pelo Governador Roberto Costa de Abreu Sodré instituiu o Curupira com o Símbolo Estadual de Guardião e Protetor das Florestas e dos animais.
A primeira imagem do Curupira no Horto
Em 21 de setembro de 1970, foi inaugurado pelo governador o monumento ao Curupira no Horto Florestal de São Paulo, atualmente designado Parque Estadual Alberto Löfgren. A estatueta foi doada pelo prefeito de Ribeirão Preto, Antônio Duarte Nogueira, feita a partir de uma estátua do Curupira existente no bosque Fábio Barreto, naquele município.

Marcos, frequentador do Parque, fez esse registro no ano de 1984 do seu sobrinho ao lado do Curupira
A estátua original sofreu depredações na década de 1990 e atualmente, após ser parcialmente restaurada pelo servidor do Instituto Florestal Robinson Dias da Silva, está no Museu Florestal Octávio Vecchi.
O retorno ao Parque Estadual Alberto Löfgren
Em 21 de setembro de 2019, o símbolo do protetor da biodiversidade das florestas paulistas volta a ser representado na área externa do Parque Estadual Alberto Löfgren. Um nova imagem foi preparada para a ocasião e trazida do Ribeirão Preto para a capital paulista.
A obra é do artista Thirso Cruz, natural de São Joaquim da Barra e radicado há mais de sessenta anos em Ribeirão Preto, onde produziu muitas obras e ensinou seu ofício. A cidade ostenta dezenas de esculturas de sua autoria, incluindo diversas figuras mitológicas e o Curupira do Parque Prefeito Luiz Roberto Jábali (conhecido também como Parque do Curupira).