
08/06/2016
As palestras provocaram interesse de muitas pessoas e tiveram um público rotativo maior do que os 50 inscritos no curso
De 16 a 20 de maio, O Instituto Florestal (IF) realizou o terceiro módulo do IV Curso de Introdução ao Manejo de Unidades de Conservação. O curso é voltado aos profissionais e estudantes das diversas áreas do conhecimento e oferece formação básica direcionada ao planejamento e ao manejo de Unidades de Conservação (UCs).
O evento teve sua primeira edição em dezembro de 2013. De lá pra cá,os temas foram sendo ampliados, o que levou à criação de módulos. Nesta 4ª edição, a carga horária foi estendida e dividida em três módulos. O primeiro módulo havia abordado a história e a importância da conservação e o segundo experiências em manejo. O conteúdo deste terceiro módulo foi inédito em relação às edições anteriores do curso. Com o título, As Unidades de Conservação e suas interfaces, as aulas aprofundaram os debates no que tange as interações necessárias para o manejo, bem como os diversos atores com os quais os gestores devem conversar.
Foram tratados temas como licenciamento e compensação ambiental, parceria entre campo e cidade, parques urbanos, experiências de gestão de Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs), o Sistema de Informação e Gestão das Áreas Protegidas do Estado de São Paulo (SIGAP) e sistemas de fiscalização. As palestras foram conduzidas por profissionais do IF, da Fundação Florestal, das coordenadorias de Parques Urbanos e Fiscalização da Secretaria do Meio Ambiental (SMA), da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica e gestores de RPPNs. O evento contou ainda com a ilustre participação de Ondalva Serrano, responsável pela concepção da metodologia do Programa de Jovens – Meio Ambiente e integração Social (PJ-MAIS).
Panorama atual, rumos e perspectivas da conservação no Estado de São Paulo
Um dos pontos altos deste módulo foi a mesa redonda realizada no dia 18 para debater o panorama das Unidades de Conservação no Estado de São Paulo. O diretor geral do IF Edgar Fernado de Luca abriu os trabalhos e o coordenador da RBMA Clayton Ferreira Lino fez a moderação.
Rodrigo Victor, ex diretor geral do IF e atualmente na Fundação Florestal, apresentou a missão da FF na conservação da Biodiversidade Estadual. Contou como a instituição foi criada em 1986, para ser um braço comercial do Instituto. Falou também sobre o pioneirismo paulista na criação de Unidades de Conservação, da importância dos conselhos gestores e da restauração ecológica. “Respeitadas as devidas regras, devemos ser agressivos no sentido de estimular o uso público das UCs”, defendeu Rodrigo. Ao final, apresentou a atual situação das UCs do Estado em relação à infraestrutura e mostrou ainda que atualmente a Fundação Florestal conta com 281 servidores emprestados pelo IF para a gestão de suas áreas.
Fábio Olmos, mestre em ecologia e doutor em zoologia, apresentou a palestra “de um passado de destruição para um futuro de restauração”. Fábio já foi gestor de Unidades de Conservação e trabalhou em seções técnicas do Instituto. Em sua palestra, fez bastante provocações e instigou o público a refletir sobre questões morais para a conservação da biodiversidade. Apresentou diversos casos de sucesso de utilização de áreas protegidas em outros países, mostrando que a conservação e a geração de receita podem e devem caminhar juntas. Fez ainda um comparativo com a situação das UCs de São Paulo e do Brasil.
O biólogo e mestre em comunicação do Fausto Pires de Campos ministrou a palestra “O fim da natureza em SP”. Começou sua apresentação falando o quanto a poluição, o desmatamento e as luzes urbanas contribuíram para extinguir diversas espécies de fauna. Em seguida, apresentou um histórico institucional da conservação do Estado de São Paulo, desde a vinda de Alberto Löfgren ao Brasil e sua participação da Comissão Geográfica e Geológica ainda no século XIX, passando pela criação do Serviço Florestal em 1911, mudança para Instituto em 1970 e criação da Fundação Florestal em 1986. Pr fim, retomou a questão das fauna, só que agora no contexto das UCs.
Ao final, foi aberto espaço para perguntas e debate sobre os temas expostos.
As palestras dessa semana provocaram interesse em muitas pessoas que não estavam participando do curso e, portanto, tiveram um público rotativo maior do que os 50 alunos inscritos.
Veja a programação do terceiro módulo.
Mais informações: Divisão de Reservas e Parques Estaduais – Tel.(11) 2231-8555 – Ramais 2105/2054/2094