19/11/2015

De 25 a 31 de outubro, os pesquisadores científicos do Instituto Florestal(IF) Dra. Sandra Monteiro Borges Florsheim e Dr. Eduardo Luiz Longui visitaram a cidade de Costa Rica/MS para ministrarem o curso “Identificação Macroscópica de Madeira”.

A convite e sem ônus para o estado de São Paulo, o curso foi oferecido pela Polícia Militar Ambiental do Mato Grosso do Sul em parceria com o Ministério Público e o Conselho de Segurança de Costa Rica/MS. O curso foi realizado no auditório da Associação Comercial, Industrial e Agropastoril de Costa Rica (ACIACRI). Participaram 40 pessoas, sendo 20 policiais militares ambientais, quatro policiais civis de Costa Rica, três peritos criminais de Paranaíba, nove policias do Grupo Tático Operacional (GTO), dois bombeiros e duas engenheiras florestais analistas do Ministério Público Estadual.

Esta viagem ampliou mais ainda o processo de capacitação que o IF tem oferecido a policiais. A proposta é intensificar a fiscalização do transporte de madeira nativa, principalmente a de origem Amazônica. “Se o policial não sabe identificar a madeira, consequentemente, há facilidade dos infratores de passarem produto ilegal”, conta Sandra. Para que o ilícito seja comprovado, há necessidade de análise técnica, que são realizados somente por especialistas. Este trabalho é desenvolvido desde 2007 e, além dos treinamentos técnico-científicos, tem como destaque a metodologia de identificação “online” desenvolvida no Instituto.

Os alunos conheceram os tipos de célula que compõem a madeira e os diferentes planos de orientação. Aprenderam como distinguir parênquimas, vasos, fibras, cor, odor, textura e várias outras características que auxiliam na identificação da madeira. Puderam observar diferentes espécies de madeiras com auxílio de lupa e reconhecer as diferentes estruturas anatômicas. Também foram treinados para capturarem imagens digitais da madeira através do microscópio portátil. Ainda na sala de aula, foram realizadas aulas práticas com madeira carbonizada (carvão), que possibilitou aos policiais e peritos verificarem a possibilidade de identificar amostras de carvão, diferenciando as de origem de espécies nativas daquelas de espécies exóticas. Para os alunos do curso foi importante aprender e a reconhecer que a maior parte do produto florestal fiscalizado é madeira serrada, pranchas, toras, estacas de cerca, lenha e carvão vegetal. Na maior parte, trata-se do transporte de madeira serrada que vem da área Amazônica, com destino aos grandes centros, passando por Mato Grosso do Sul. Frequentemente, caminhões são transportados com espécies diferentes das constantes no Documento de Origem Florestal (DOF), em razão de terem sido extraídas de desmatamentos ilegais. O DOF é o documento ambiental para transporte e armazenamento de qualquer produto florestal nativo.

Como extensão das aulas práticas, os alunos policiais e peritos participaram da fiscalização em estrada (rodovia MS-306), próximo à Costa Rica. Uma carreta com 49,8m³ de madeira serrada foi aprendida e a empresa dona da carga, foi multada em R$ 14.700,00. A apreensão foi realizada durante abordagem do veículo com placas de Rondonópolis/MT. Segundo o DOF, não constava passagem por Mato Grosso do Sul, o que é ilegal e permite a apreensão e autuação. Além disso, outra ilegalidade, é que o tipo de madeira descrito na documentação era diferente da que estava na carga. A carreta com a madeira pertence a uma empresa de Cujubin/RO, de onde saiu com destino a Tietê/SP. O material e o veículo apreendidos foram encaminhados à Delegacia de Polícia Civil de Costa Rica. Os responsáveis pela empresa responderão por crime ambiental e poderão pegar pena de seis meses a um ano de detenção.

Fotos: Acervo Instituto Florestal

Mais informações: Pesquisadora científica Dra. Sandra Monteiro Borges Florsheim – Tel.: (11) 231-8555 / Ramal 2002