14/06/2021

O Dia Internacional de Museus é comemorado em 18 de maio e neste ano o Museu Florestal “Octávio Vecchi” promoveu uma roda de conversa online com ex-estagiários que atuaram no espaço nos últimos anos. O bate-papo seguiu a proposta da Semana de Museus do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) que teve como tema uma reflexão sobre o futuro dos museus.

A atividade contou com ex-alunos dos cursos de jornalismo, história, pedagogia, design gráfico e técnico em museologia (alguns dos quais já tinham formação em outras áreas do conhecimento), além daqueles estiveram no Museu Florestal como estagiários de ensino médio. Em uma dinâmica divertida e emocionante conduzida Natália Almeida, responsável pelo Museu, foram apresentadas diversas fotos da passagem destes estagiários pelo Museu e eles foram comentando e contando sobre suas experiências.

As diferentes falas mostraram o quanto o Museu Florestal foi importante na história de cada um, seja na inserção no mercado de trabalho, no campo da pesquisa científica, seja na escolha da profissão ou mesmo na formação do caráter.

Luiz Rosa, o mais antigo presente no bate-papo, foi estagiário de ensino médio e hoje trabalha com design e moda. Um dos resultados de sua passagem pelo Museu foi a adoção de Brenda, uma cachorra abandonada no Parque Estadual Alberto Löfgren.

O estudante de História Álvaro Moreira também passou pelo Museu quando cursava o ensino médio. Segundo ele, a decisão de fazer uma graduação se deu em grande medida por influência do período em que esteve no Museu. “Foi melhor ano da minha vida”, conta Álvaro, que ressalta a importância das atividades educativas realizadas junto às comunidades do entorno. “Foi um processo de educação ambiental inclusive pra mim”, complementa.

Sheyla Oliveira, historiadora, e Lucas Leão, designer, contaram como foi surpreendente terem sido premiados com o 1º lugar no Seminário de Iniciação Científica do Instituto Florestal. “O Museu foi de longe uma das melhores experiências da minha vida”, relata Sheyla, que hoje cursa mestrado.

A jornalista Karinny Galvão também realizou iniciação científica na época em que estagiou no Museu. Seu trabalho sobre a coleção de laca japonesa que compõe parte do acervo e a Escola de Charão, que funcionou no Horto entre as décadas de 1930 e 1970, além de ter sido o tema de seu TCC de graduação também foi transformado em podcast. Karinny levou o Museu Florestal para a PUC, sua faculdade.

Elaine Carapiá estudava pedagogia quanto estagiou no Museu. Atualmente, cursando Letras, retorna ao Museu desenvolvendo projeto de iniciação científica sobre o Museu para o Programa de Bolsas de Iniciação Científica do Instituto Florestal.

Wellington Ferreira, estudante de História da USP, um dos estagiários mais recentes, segue atuando em espaços museológicos, atualmente no Museu da Diversidade Sexual.

O historiador Renato Annibale chegou ao Museu como estagiário em Museologia e trouxe uma grande contribuição com relação a questões técnicas referentes aos cuidados com o acervo.

“Todo mundo passa pelo museu e é tocado. Além da beleza do museu e o potencial educativo, o diferencial está nas pessoas que fazem parte. Todo estagiário precisa passar lá uma vez na vida”, relata Nanci Alves, que estudava pedagogia e já tinha formação de desenho industrial quando passou pelo Museu Florestal. Ela fala ainda da diferença que o atendimento do Museu faz para aquelas pessoas que vivem nas comunidades do entorno. “Essa paixão pelo Museu é o que traz parceiros”, completa.

A relação do Museu Florestal com a Universidade Federal de São Paulo – Campus Guarulhos veio se consolidando também por conta de seus alunos que passaram pelo Museu, além do fato da responsável pelo Museu ter cursado História da Arte por lá. O resultado é que atualmente professores e alunos da Unifesp estão envolvidos com o Museu, produzindo pesquisas sobre o espaço, realizando palestras e dando outras contribuições, como por exemplo o pedido de tombamento junto ao CONDEPHAAT.

O evento contou ainda com a participação de estagiários de outros setores do Instituto Florestal e da pesquisadora científica Andréa Soares Pires, que deu grande suporte à realização do evento mesmo estando do outro lado do estado, no Parque Estadual Morro do Diabo, em Teodoro Sampaio/SP.

O Museu Florestal é um espaço interdisciplinar, onde as diferente formações e interesses daqueles que passam pelo espaço constituem numa rica troca de saberes.

 

Texto: Paulo A. M.