
05/10/2020
No dia 21 de setembro comemora-se o Dia da Árvore e ao longo do mês o Museu Florestal “Octávio Vecchi” celebrou seus 89 anos com uma série de atividades de fizeram parte da Festa das Árvores 2020.
A primeira Festa das Árvores do Brasil aconteceu no município de Araras/SP em 1902 e foi idealizada por Alberto Löfgren, patrono da conservação da natureza de São Paulo e criador do que viria a se tornar o atual Instituto Florestal (IF). A partir de 2018, o Museu Florestal, junto a parceiros como o Movimento Conservatio e o Movimento Infanto-juvenil Crescendo com Arte (MICA), buscou resgatar a celebração desta Festa com uma série de atividades para despertar nas pessoas o amor à natureza.
Neste ano, a pandemia de Covid-19 nos pegou de surpresa e tivemos que suspender as atividades presenciais. Mas para não passarmos em branco, adaptamos as atividades ao ambiente virtual e realizamos o evento com uma série de atividades online.
Seguindo os moldes do ano passado, realizamos nós mesmos as atividades mas também incentivamos pessoas de todos os lugares a participarem também, enviando suas propostas. Tudo começou com um vídeo de abertura, que deu sequência às mais variadas iniciativas.
Rodas de Conversa e de Leitura
No dia 10, foi realizado o Café Virtual no IF com o tema “Que conversa é essa? Programa de Uso Público do Instituto Florestal”. No bate-papo foi abordada a atuação do Instituto Florestal nas áreas protegidas no que se refere ao contato direto com a população. Foram abordadas questões de visitação, educação ambiental, história e propostas para o futuro. O evento foi promovido pelo Grupo de Trabalho de Uso Público em Áreas Protegidas do IF
A roda de conversa do dia 11 contou a Saga do Curupira. Personagem do nosso folclore, guardião das florestas, tornou-se lei no estado de São Paulo em 1970 e ganhou uma estátua no Parque Estadual Alberto Löfgren. A estátua foi depredada na década de 1990 e, em 2019, a equipe do Museu Florestal e amigos foram a Ribeirão Preto atrás do artista que fez a estátua e trouxeram uma nova imagem para ser instalada no Parque.
No dia 15, Paulo Muzio, funcionário do Museu, apresentou o andamento de sua pesquisa de mestrado, que conta um pouco da história da divulgação científica no antigo Serviço Florestal (atual IF) e a contribuição do Museu para a constituição dos saberes ambientais em São Paulo.
Em 18 de setembro aconteceu uma leitura coletiva de um texto de Alberto Löfgren, redigido no início do século XX. Ao longo da atividade, os conteúdos dos parágrafos eram debatidos pelos participantes, que puderam perceber o quanto esses escritos continuam atuais.
No dia 25, Filipe Oliveira, historiador do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e doutorando em pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), propôs a atividade “Relicário – memórias de nossas árvores”. A ideia foi construir um inventário junto a todos os participantes, que mostraram objetos que tinham guardados em casa e que remetiam às memórias ligadas às árvores e à relação com a natureza.
No dia 30, aconteceu o “Participe!”, webinar promovido pela Coordenadoria de Educação Ambiental da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente. No evento, foram abordados os diferentes aspectos para compreender melhor a importância dos museus e como podem ser estruturados para atingirem todo o seu potencial para educação ambiental. O evento teve a participação de Natália Almeida, responsável pelo Museu Florestal e e três especialistas convidados: Davidson Panis Kaseker, diretor do Sistema Estadual de Museus de São Paulo; Elisabeth Zolcsak, bióloga e museóloga, que atua em divulgação científica e cultural, educação e comunicação ambiental, organização e comunicação em museus; e Janes Jorge, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) que estuda História Ambiental.

Participe! debate a importância dos museus para a educação ambiental
Concurso de Fotos e Exposição Fotográfica
Neste ano tão difícil, impossibilitados de realizar a 20ª edição do tradicional concurso internacional “Arte pela Paz”, realizado pelo Museu Florestal em parceria com o MICA, lançamos um desafio fotográfico, para que os jovens de todas as idades participassem. A ideia era que cada participante procurasse uma foto na sua casa ou nos seus arquivos digitais, que mostrasse alguma cena da natureza ou ainda uma foto que pudesse ser tirada mesmo em tempos de isolamento e que revelasse o amor pela natureza.
Recebemos mais de 400 fotos. Tivemos participantes de sete diferentes estados do Brasil (Amazonas, Minas, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo) e outros 10 países (Argentina, Bangladesh, Colômbia, Chile, Croácia, Equador, Japão, Lituânia, Polônia e Sérvia).
Foi convocado o júri composto por profissionais da educação, cultura, ciência e arte para selecionar e premiar com menções as fotos que mais emocionaram o grupo de jurados.
No dia 21 de setembro foram divulgados os vencedores do desafio fotográfico. Também foi realizado o lançamento da exposição com as fotos tiradas pelos participantes do concurso.

Foto de Adele Turskyte, de 11 anos (Lituânia)
Acesse a exposição e conheça os vencedores no link: https://museuflorestal.ambiente.sp.gov.br/acervo/index.php/exposicao-temporaria-desafio-fotografico-2020
Oficinas de Arte educação
As professoras voluntárias do MICA deram um show à parte com suas oficinas artísticas. Não podendo realizá-las presencialmente no espaço do Museu, como já ocorreu em anos anteriores, desta vez elas gravaram seus vídeos e botaram a mão na massa.
No dia 19, Maria Nilce Garcia Nicodemos realizou uma oficina de pintura de arte abstrata sobre tela. Em 25 de setembro, Terezinha Tavares Bancher mostrou como se pinta uma árvore utilizando a técnica de lápis aquarelado em papel. Já no dia 29, a professora Telma Mangini Tapigliani deu uma aula de pintura de flores em vasos de cerâmica.
Contação de História
Dando prosseguimento às contações de histórias com temáticas ambientais, realizadas desde o início da pandemia nas páginas de Facebook e Instagram do Museu, seguimos publicando ao longo deste mês das árvores, todas as quartas-feiras às 9h. Participaram ao longo da Festa das Árvores contadoras de história de diferentes cantos do Brasil, do Rio Grande do Sul ao Rio Grande do Norte.
Caminhada Histórica Virtual
Em 28 de setembro aconteceu a tradicional Caminhada Histórica no Parque Estadual Alberto Löfgren, que mais uma vez não pôde ser realizada presencialmente. Desta vez, a transmissão ocorreu diretamente das trilhas do Arboreto da Vila Amália. A equipe do Museu Florestal teve nesta edição a ilustre presença do pesquisador científico Osny Tadeu de Aguiar, botânico, que identificou diversas espécies ao longo do trajeto e respondeu às dúvidas que os participantes faziam pela internet.
Podcast (charão) + entrevista
No dia 22 de setembro, Natália Almeida entrevistou a jornalista Karinny Galvão, que já estagiou no Museu Florestal e realizou uma pesquisa sobre a Escola de Charão do Horto, que funcionou no Serviço Florestal do estado de São Paulo entre as décadas de 1930 e 1970. Como resultado desta pesquisa, Karinny produziu um podcast, que pode ser acesso no link: http://karinnygalvao.wixsite.com/charao/podcasts
Apresentações artísticas
A celebração da Festa das Árvores teve muitas apresentações artísticas.
No dia da Árvore (21) nossa celebração contou com a participação dos corais Infantojuvenil (6º ao 9º ano do Ensino Fundamental) e Jovem (Ensino Médio) do Colégio Jardim São Paulo. Regidos por Vera Novack e sua equipe, os alunos apresentam a canção a “A paz”, de Gilberto Gil
Dia 26 de setembro, o Coral Ecoart, sob a regência de Lydia de Godau, executou a canção “Amazônia”, de Cezar Elbert.
No dia 27, a escritora e poetisa Elza Ghetti Zerbatto fez uma leitura de um texto de sua autoria.
Em comemoração aos 89 anos do Museu e encerrando a Festa das Árvores, no dia 30 de setembro promovemos o sarau do “Grupo de Poetas Cantores Declamadores Independentes Voluntários de São Paulo”, coordenado por Terezinha Dias Rocha. Foram 28 apresentações que variaram entre o canto, a declamação e a execução de instrumentos musicais.

Trecho da apresentação do Coral do Colégio Jardim São Paulo
O evento foi resultado do encontro de muita gente amante da natureza
Ao longo do mês foram realizadas cerca de 20 atividades das mais diversas ordens. Aconteceram desde atividades mais lúdicas para o público em geral, como apresentações e debates com conteúdos mais especializados e científicos. A celebração da Festa das Árvores mobilizou pessoas das mais diversas faixas etárias, de diferentes lugares do Brasil e também de outros países.
A equipe do Museu Florestal agradece a parceria para a realização deste evento junto ao MICA, na figura de Maria José Soares, e ao Movimento Conservatio, na figura de Felipe Zanusso.