
02/03/2020
No dia 16 de fevereiro, aconteceu no Museu Florestal “Octávio Vecchi” a roda de conversa Café com Ciência e Arte. O bate-papo foi realizado com artistas e pesquisadores participantes da a exposição “Madeira: Ciência e Arte – Gravura e Botânica”, em cartaz desde o dia 9 de novembro no Museu, que está localizado no Parque Estadual Alberto Löfgren, zona norte da capital paulista.
A exposição resultou de uma pesquisa com a madeira de diversas espécies brasileiras, a maioria amazônica, e que envolveu diversos parceiros de diferentes instituições.
A atividade foi conduzida pelo artista José Milton Turcato e pelo biólogo Peter Stoltenborg Groenendyk, professor da Universidade de Campinas (Unicamp). Também esteve presente a artista visual Magdalena Capuano, que participou da exposição.
O projeto se iniciou com a pesquisa de Turcato sobre madeiras nativas alternativas em substituição às que eram usadas no Brasil para a arte da xilogravura e que hoje se encontram proibidas ou controladas na sua extração e comercialização.
O pesquisador Peter, em tom descontraído, respondeu a dúvidas e curiosidades dos participantes. Comentou que ainda se conhece muito pouco das madeiras de espécies amazônicas. De acordo com o professor, 80% da exploração da Amazônia está focado em apenas cerca de 15 espécies, sendo que a estimativa é que a Amazônia possua 16 mil espécies arbóreas.
A exposição
Em 2017, a pesquisa de Turcato foi encampada pelo Serviço Florestal Brasileiro (SFB), que auxiliou desde então com sua expertise e nas pesquisas de campo. Em 2018, Magdalena Capuano integrou o projeto auxiliando na produção e exposição de gravuras. Ainda naquele ano, os trabalhos foram selecionados pela professora do Instituto de Artes da Universidade de Campinas (Unicamp) Luise Weiss para que, com o apoio do Instituto de Biologia e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), fossem desenvolvidos no âmbito acadêmico. O projeto também teve apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Instituto de Pesquisas Tecnológicas da Universidade de São Paulo (IPT/USP) e Empresa Amata Brasil.
A exposição também trouxe ao Museu amostras das madeiras utilizadas na pesquisa feita pelos artistas, matrizes de xilogravuras e as próprias gravuras. Também fazem parte da mostra fotografias microscópicas de madeira, de autoria de Peter e Alexandre Bahia Gontijo, do SFB.
Turcato explicou que as técnicas artísticas há tempos servem de suporte para a ciência. A ilustração, a gravura e a fotografia são alguns dos elementos que inclusive fazem parte do acervo do Museu Florestal. Então temos uma relação em que a arte e a ciência se subsidiam, se complementam. E o Instituto Florestal (IF), por meio do Museu, além de atuar no esforço de unir ciência, meio ambiente e arte, fortalece o vínculo com pessoas e instituições parceiras que atuam nesta mesma tendência.
A mostra ficou em cartaz no Museu Florestal até o final de fevereiro e recebeu 4 mil visitantes.
Fotos: Acervo Instituto Florestal
Mais informações: Tel. (11) 2231-8555 / Ramal 2053