29/08/2019

Estudo publicado em julho na revista científica Brazilian Applied Science Review teve a participação de um pesquisador e uma técnica de laboratório do Instituto Florestal (IF).  A pesquisa “Biometria de frutos e sementes de Sebastiania commersoniana (Baillon) L.B. Smith & R. J. Downs” teve como objetivo pesar e medir as sementes e os frutos desta espécie de árvore, popularmente conhecida como branquilho.

O estudo fornece subsídios para a diferenciação de espécies do mesmo gênero. O gênero ao qual pertence o branquilho apresenta 17 espécies. As características obtidas com os resultados também são importantes para identificar a variabilidade dentro das populações, contribuindo para o melhoramento genético. A pesquisa fornece ainda informações básicas para o uso das espécies em futuros programas de recuperação de áreas degradadas.

A espécie tem grande relevância ecológica. Característica de matas ciliares, é frequentemente utilizada em trabalhos de restauração. Os frutos do branquilho apresentam deiscência explosiva. Ou seja, quando ficam maduros, se abrem bruscamente proporcionando uma explosão de sementes, que caem ao redor da planta-mãe e favorecem a formação de maciços florestais. Por frequentemente estarem às margens de rios, a dispersão das sementes também é ocorre pela água ou como auxílio dos próprios peixes.

O branquilho também tem potencial econômico. Sua madeira pode ser utilizada na produção de caixotes, palitos de fósforo, cabos de ferramentas, lenha e carvão. De acordo com a literatura, também tem uso apícola e medicinal.

O Instituto Florestal tem em sua missão o tripé da pesquisa científica, da conservação e da produção florestal. Este estudo é um exemplo de como a pesquisa subsidia os outros dois.

Coincidências e parcerias
Uma das autoras do estudo, a técnica de laboratório do Instituto Florestal Sebastiana Dutra Souza Revoredo da Silva é quase xará da espécie estudada, cujo nome científico é Sebastiania commersoniana. Mas ela garante que é apenas uma coincidência.

Além de Sebastiana, a pesquisa leva a autoria de Sérgio Roberto Garcia dos Santos, pesquisador científico do IF, e Ivor Bergemann de Aguiar, professor da Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho” – Campus Jaboticabal.

Os frutos estudados foram coletados manualmente na Reserva Biológica de Mogi Guaçu, área sob gestão do Instituto de Botânica, órgão irmão do IF na Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo, que também disponibilizou o laboratório da Seção de Sementes.

Foto: Bethânia Oliveira Azambuja / Flora Digital

Mais informações: Pesquisador científico Sérgio Roberto Garcia dos Santos – Tel. (11) 2231-8555 / Ramal 2016