08/08/2019

No último domingo, dia 04 de agosto, o Museu Florestal “Octávio Vecchi” promoveu a abertura da exposição “Museu Florestal, uma inspiração”. A mostra reúne mestres gravadores convidados e 140 artistas que fazem parte do Clube de Gravadores, que criaram uma coleção de obras inspiradas no acervo e na história do Museu.

Os artistas produziram trabalhos em diferentes técnicas gráficas como gravura em metal, xilogravura, litografia, linóleo e serigrafia. André de Miranda, do Rio de Janeiro, Francisco Maringelli, de São Paulo, e Yolanda Carvalho, do Piauí, realizaram apresentação sobre suas experiências com a gravura, de seus processos criativos e técnicas.

O Clube de Gravadores foi criado no fim de 2018 e reúne mais de 500 membros em sua página no Facebook. Tem por objetivo facilitar o acesso à obra dos artistas e promover sua produção, relembrando a história da gravura e valorizando as relações culturais.

A exposição poderá ser visitada até o dia 25 de agosto.

O Museu Florestal está localizado na área de uso público do Parque Estadual Alberto Löfgren, na Rua do Horto, 931, São Paulo/SP. O espaço abre de quarta a sexta das 10h às 12h e das 14h às 16h. Aos finais de semana, consultar programação. A entrada é gratuita.

Xilografia
A Escola de Xilografia do Horto nasceu em 1940, sob a direção de José Camargo Cabral, com a intenção de formar xilógrafos impressores. Foi escolhido como professor o alemão Adolf Köhler.

Os primeiros alunos da escola do Horto foram recrutados dentre os funcionários do então Serviço Florestal, hoje Instituto Florestal, que tivessem alguma aptidão para o desenho. A artista e pesquisadora Rosita Gouveia, que na década de 1980 estudou o legado da escola do Horto, registra também que alguns moradores locais se ofereceram como alunos procurando profissionalização.

A Escola funcionou regularmente até 1945, quando em 1946 sofreu um baque com a debandada de vários alunos que foram classificados como “trabalhador braçal” – a mais baixa remuneração do Serviço Florestal, quando todos esperavam ser “desenhistas”, a carreira profissional que desejavam. Apesar de tudo, a escola funcionou até 1950 quando o mestre morreu, formou alguns gravadores: José Cruz, Waldemar Moll, que trabalhou nessa profissão na revista “Chácaras e Quintais” e Itajahy Martins foi o único aluno que seguiu uma carreira artística, rebelde às técnicas de ensino da escola, foi um grande divulgador da xilogravura e o primeiro titular de uma disciplina de gravura no Brasil.

Köhler também influenciou a gravura de Lívio Abramo (1903-1922). Embora ele não tenha sido aluno na escola do Horto, recebeu algumas aulas de gravação em topo, bem como de preparo das matrizes.

É importante ressaltar que no caso do Horto, todas as matrizes são de guatambu rosa, uma árvore encontrada desde o sul da Bahia até o Rio Grande do Sul e que possui uma madeira muito dura com fibras unidas e textura firme, o que permite um bom alisamento e a obtenção de linhas finas no desenho. Köhler estabeleceu que esta era a melhor substituta ao buxo (Buxus sempervirens) que se usava na Europa para a xilogravura de topo.

Fotos: Acervo Museu Florestal

Mais informações: Tel.: (11) 2231-8555 – Ramais 2063 e 2053