Memórias do Instituto Florestal

12/06/2019

O dia 26 de abril de 1937 iniciou normalmente na cidade de Guernica y Luno, localizada no país Basco. Porém no fim da tarde ocorreu um dos ataques mais arrebatadores durante a Guerra Civil Espanhola, retratada em uma tela a óleo por Pablo Picasso.

Tropas nazistas bombardearam a cidade por cerca de quatro horas deixando centenas de mortos e feridos. Ao fim, entre toda a destruição além dos poucos edifícios que ficaram de pé na cidade, surge um dos símbolos do povo basco: o carvalho centenário, que costumava ser o local onde moradores se reuniam para se alimentar, fazer negócios, reuniões e prestar juramentos. O carvalho rebrotou, frutificou e produziu sementes, da qual são feitas mudas que são distribuídas por cidadãos bascos pelo mundo todo em memória do massacre ocorrido com seu povo e de sua resistência.

Mais de 80 anos depois do ataque, especificamente no Dia Mundial do Meio Ambiente, 5 de junho de 2019, São Paulo ganhou uma muda filha da árvore milenar. O carvalho foi plantado na sede do Instituto Florestal, localizado na zona norte da capital paulista.

O evento teve a participação de diversas pessoas incluindo a presença do diretor geral do IF, Luis Alberto Bucci, o secretário de Infraestrutura e Meio Ambiente do estado, Marcos Penido, o diretor geral do Instituto de Botânica, Luiz Mauro Barbosa, e o presidente da Casa Basco Brasileira, Oskar Goitia.

Oskar ressaltou a importância do carvalho para o povo Basco, o definindo como um sinônimo da liberdade, igualdade de todos os homens e da democracia. “Entregamos esta árvore ao Instituto Florestal com todo o carinho, porque sabemos que aqui ela será bem cuidada e servirá de inspiração”, completou.

“Sem dúvida hoje é um dia histórico. Receber essa árvore que é símbolo de resistência de um povo é motivo de orgulho para todos nós”, agradeceu Luis Aberto Bucci.

O secretário de Infraestrutura e Meio Ambiente também destacou a relevância do plantio e ressaltou a importância da conservação e manutenção do meio ambiente. “Esta pequena muda plantada hoje contém uma grande história que, além de contribuir para a conservação, representa a capacidade de regeneração da natureza”.