
27/05/2019
A madeira é um dos primeiros recursos usados pela humanidade. Sua utilidade vai desde construção civil até objetos decorativos. Mas como saber qual madeira é a melhor e mais indicada para cada função?
Um estudo publicado na Revista do Instituto Florestal avaliou o crescimento e a anatomia da madeira de duas espécies florestais para identificar quais os melhores usos para cada uma, contribuindo assim para o cultivo racional de espécies e para o combate à extração ilegal. Os autores escolheram o pau-marfim e a canafístula.
As espécies estudadas estão em um plantio de 42 anos na Estação Experimental de Luiz Antonio. Segundo o pesquisador científico Miguel Luiz Menezes Freitas, na época do plantio pouco se sabia sobre o desenvolvimento destas espécies. “São realizadas leituras periódicas nos ensaios para ver como está o crescimento deste material e para identificar outras informações silviculturais das espécies, como por exemplo, se elas se adaptaram bem à região, se estão tendo alguma praga ou doença, ou se estão interagindo umas com as outras”, explica.
Miguel relata que inúmeras pesquisas que podem ser feitas ao longo do tempo e destaca a importância deste estudo que avaliou a qualidade e a anatomia da madeira. “Poucas pessoas têm condições de descobrir essas informações. Isto porque as universidades e muitos institutos de pesquisas não têm contato com este material durante tantos anos”, explica.
O estudo utilizou em um banco de germoplasma, que nada mais é do que um local que tem a função de caracterizar, conservar e documentar as informações de um determinado material genético. “Geralmente os bancos servem para dois fins muito importantes. O primeiro é a restauração de áreas degradadas. Neste caso, quanto mais variabilidade genética, melhor, já que queremos deixá-la a mais natural possível com maior número de indivíduos diferentes. E o segundo refere-se à produção madeireira, com a seleção das árvores que apresentaram melhor crescimento entre todas as outras. O nosso estudo tem o objetivo de avaliar se a madeira é boa para algum tipo de uso e como ela pode ser trabalhada”, completa Miguel.
Como resultado da pesquisa, a canafístula apresentou maior desenvolvimento quando comparada ao pau-marfim. Portanto, se um produtor buscar uma madeira mais forte e mais densa, embora com um ciclo mais longo, a indicada é esta. Já quem quiser maior produtividade com um ciclo mais rápido, deverá escolher a canafístula. “Cada espécie cresce de um jeito. Por isso temos várias espécies nos bancos e é necessário avaliar uma por uma para diagnosticar o potencial de cada uma”, conclui o pesquisador.
A Estação Experimental de Luiz Antonio é uma das unidades do Instituto Florestal (IF) que mais guarda bancos de germoplasma.
O projeto de pesquisa tem coordenação do pesquisador científico do IF Eduardo Luiz Longui. Além de Miguel Luiz Menezes Freitas, estudo teve a participação de Paulo Sérgio Ferreira, técnico da Estação Experimental de Luiz Antonio. Também é autora do artigo Bruna Zanatto, pós doutoranda da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Jaboticabal e que já foi bolsista de iniciação científica no Instituto.
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Foto: Acervo Instituto Florestal
Mais informações: Tel. (11) 2231-8555 / Ramal 2022