29/04/2019

Como manter a mente sã e o corpo são na rotina agitada em que as pessoas vivem na cidade de São Paulo? É possível tirar um tempinho para dar uma pausa na correria e entrar em contato contemplativo com a natureza e ainda assim adquirir novos conhecimentos e defender uma causa em que se acredita? Parece complicado, mas as Caminhadas Históricas que têm sido realizadas no Parque Estadual Alberto Löfgren (PEAL) parecem ajudar a responder essas perguntas.

No último sábado, 27 de abril, aconteceu a segunda Caminhada Histórica de 2019 no PEAL, também conhecido como Horto Florestal. A primeira edição do evento ocorreu no ano passado, na ocasião em comemoração ao aniversário de 122 anos do Parque. De lá pra cá, já foram realizadas oito edições. Mais quatro estão programadas para este ano.

Localizado na zona norte da capital paulista, o Parque tem posição marcante na história da conservação da natureza, tanto no estado de São Paulo quanto no Brasil.

Ao longo do trajeto, são apresentados aos visitantes importantes personalidades que contribuíram com a construção deste pensamente e na implementação de práticas concretas, como Alberto Löfgren, Edmundo Navarro de Andrade e Octávio Vecchi. Todos eles ex-diretores da instituição que viria a se tornar o Instituto Florestal (IF). Figuras sagradas e folclóricas também aparecem durante o trajeto, como São João Gualberto e o Curupira. Ambos são protetores da floresta e possuem imagens no Parque.

Os visitantes passam por entre árvores centenárias, como os pinheiros-do-brejo e edifícios históricos com arquitetura marcante, como o Palácio de Verão do Governador e o Museu Florestal Octávio Vecchi, os quais podem ter seu interior visitado. Também está inclusa no itinerário uma parada na área administrativa do Parque, onde está o edifício central da sede do IF.

Além do denso conteúdo técnico e científico que é passado ao público, para deixar tudo mais leve são tocadas músicas e realizada contação de histórias sobre o Parque, sua origem, sua importância e as espécies que ele abriga.

O evento é organizado pelo Instituto Florestal, por meio do Museu Florestal Octávio Vecchi, em parceria com a Coordenadoria de Parques e Parcerias da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente e o Movimento Conservatio.

Evento atrai público diversificado

A Caminhada Histórica atraiu um público bastante diversificado, desde criança a idosos. Muitos são moradores do entorno da Unidade de Conservação. Também teve gente vindo de regiões mais distantes, se deslocando para a zona norte  do centro de São Paulo ou mesmo de Cidade Tiradentes, no extremo da zona leste. Alunos de cursos técnicos e graduação, bem como professores e pesquisadores compuseram um riquíssimo grupo. Um dos pontos altos do dia foi a participação do funcionário do IF aposentado Ivo Acácio Barana, que já trabalhou em diversos setores, como o Museu e a Marcenaria, e contou um pouco desta história.

O fluxo de pessoas é livre e constante. Tem gente que inicia o trajeto e não assiste até o final. Também há quem se junta ao grupo no meio da Caminhada. O evento começou com um público de 75 pessoas na entrada do Parque. Ao chegar no Palácio de Verão, já passava de 110 participantes. Ao final, 90 ainda resistiam às três horas de caminhada e palestras. A edição anterior, realizada em fevereiro, havia reunido mais de 130 pessoas.

A equipe de organização constatou que 10% do público ali presente nunca tinha ido ao PEAL, o que mostra o potencial das Caminhadas não apenas de fortalecer os vínculos da unidade com seus visitantes, mas também de trazer novas pessoas para conhecerem o Parque.

Conheça uma Área Protegida

O Movimento Conservatio, parceiro na idealização da Caminhada Histórica, promove a Cultura de Áreas Protegidas. Vislumbra uma sociedade que conheça a história da conservação brasileira. Tem como ideais o apoio ao fortalecimento do poder público na gestão de UCs e o respeito às comunidades inseridas dentro ou no entorno de áreas. Já desenvolveu diversas iniciativas que promovem outras unidades da SIMA, como visita à Reserva de Desenvolvimento Sustentável Barra do Una, em Peruíbe/SP, e caminhadas históricas na Área de Proteção Ambiental Parque e Fazenda do Carmo, na zona leste da capital, e na Reserva Biológica Alto da Serra de Paranapiacaba, em Santo André/SP (os dois primeiros têm gestão da Fundação Florestal e a última sob gestão do Instituto de Botânica).

Conhece alguma Área Protegida perto de você? Então não deixe de visitar.

Texto e Fotos: Paulo Andreetto de Muzio

Mais informações: Tel. (11) 2231-8555 – Ramal 2053