
21/07/2016

Hideyo Aoki e Edgar Fernando de Luca
No dia 07 de julho, o diretor geral do Instituto Florestal (IF), Edgar Fernando de Luca, recebeu o pesquisador científico aposentado da casa Hideyo Aoki. Aproveitando a ocasião, conversamos com ele, que contou um pouco sobre sua trajetória na instituição, na qual pode atuar em pesquisa, conservação e produção, tripé que constitui nossa missão.”Não é fácil conciliar a gestão com a pesquisa, principalmente pela questão de recursos financeiros” adverte. “Apesar de que antigamente a gente tinha mais apoio”.
Hideyo Aoki formou-se em agronomia pela Escola Superior de Agricultura Luiz e Queiroz (Esalq) em 1965. Trabalhou durante alguns anos na iniciativa privada, mas depois de passar em concurso para o Instituto Florestal, diz ter se encontrado como pesquisador. Ficou instituição de 1974 a 2010. Na Divisão de Reservas e Parques Estaduais foi chefe do então Parque Estadual da Capital (atual Parque Estadual Alberto Löfgren) e chefe do Parque Estadual do Jacupiranga. Passou bastante tempo na Seção de Manejo e Inventário Florestal da Divisão de Dasonomia, da qual também foi chefe. “Foi nessa época que fiz Mestrado em Sensoriamento Remoto no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em São José dos Campos”, conta Hideyo. “Em 1985 terminei o Doutorado em Manejo Florestal na Universidade Federal do Paraná (UFPR) e, quando voltei de Curitiba, fui para Avaré.”
Em relação à produção, Hideyo conta que organizou cinco encontros regionais de goma-resina em Avaré, com apresentaçoões de trabalhos realizados tanto pelo corpo técnico do IF quanto por outros especialistas.
Criação de Unidades de Conservação
O pesquisador aposentado orgulha-se bastante da criação de duas estações ecológicas, realizadas durante o período em que esteve na chefia da Florestal Estadual de Avaré. Conta que Rodrigo Victor, ex-diretor geral do IF e atualmente na Fundação Florestal, foi muito importante na criação da Estação Ecológica de Avaré. Em visita à Floresta Estadual para acompanhar a implementação do Programa de Educação Ambiental Criança Ecológica, Hideyo mostrou a área a Rodrigo. “Graças à ajuda dele, conseguimos criar essa unidade, que apesar de não ser uma área tão grande, é muito importante porque preserva uma área de cerrado”, reforça. A Estação ecológica é uma área contígua à Floresta Estadual de Avaré. Foi criada em 2010 (Decreto nº 56.616/10) e tem cerca de 709 hectares.
Outra unidade que também é a menina dos olhos de Hideyo é a Estação Ecológica de Paranapanema, criada em 1993 (Decreto nº 37.538/93)
e tem cerca de 635 hectares. Originalmente, a área fazia parte da Floresta Estadual de Paranapanema, que tinha mais de 2000 hectares. Houve o desmembramento para constituição da unidade de proteção integral. As duas unidades são contíguas.
O pesquisador participou ainda da criação de dois Parques ecológicos municipais, nos municípios de Avaré e Itaí.
Articulações diversas
Além de ter atuado nas três frentes que constituem a missão do Instituto, o pesquisador aposentado afirma ter feito muita extensão. Participou do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (condema) e teve forte atuação como representante do IF junto ao Comitê de Bacia Hidrográfica do Alto Paranapanema durante todo o período em que esteve e Avaré (mais de 20 anos). Conta também que conseguiu montar um viveiro de mudas nativas na Floresta Estadual de Paranapanema com recursos do Fundo Estadual de Recursos Hídricos (FEHIDRO), tendo conseguido distribuir a produção para várias prefeituras. “Eu participava de muita coisa”, afirma. “Graças ao Instituto Florestal conheci o Japão”. Em 1981 fez especialização em Tsukuba pela Japan International Cooperation Agency (JICA) na área de sensoriamento remoto.
Hideyo falou também de seu livro “Roberto: um amigo de ouro”. Trata-se de uma homenagem a Roberto Rodrigues, se colega de turma da faculdade, ministro da agricultura de 2003 a 2006. “Plantei muitas mudas, constitui família e agora só faltava escrever um livro”, brinca. Afirma ter fechado o ciclo. E todo o carinho desprendido para falar da sua turma de graduação, Hideyo também reserva ao IF: “Eu tenho no Instituto Florestal uma grande família. Uma turma excepcional.”
Foto: Acervo IF