
03/06/2016
Maior evento de observação de aves da América Latina ofereceu programação voltada a públicos de todas as idades
Entre palestrantes internacionais renomados e redescobertas de espécies raras desaparecidas há décadas, a programação incluiu mais de cem palestras em três auditórios simultâneos, além de oficinas, exposições, exibição de filmes, feira e atividades para o público infantil.
Guto Carvalho, idealizador do evento no Brasil, conversou com a equipe do Instituto Florestal presente e contou que ao longo desses 11 anos do Avistar, percebeu uma evolução incrível da observação de aves no país. Para Guto,”o Avistar é uma rede de pessoas preocupadas com a conservação e que se utiliza da observação de aves como um instrumento para transmitir uma mensagem de cuidado com o meio ambiente”.
Os duas últimas edições do Avistar foram realizadas em parceria com o Observatório de Aves do Instituto Butantan. O ornitólogo Luciano Lima, coordenador técnico do Observatório, também conversou com nossa equipe: “Observatórios de aves são centros que desenvolvem pesquisas de longo prazo em paralelo a atividade de divulgação científica e educação ambiental. O Observatório do Instituto Butantan é o primeiro criado no Brasil. Nos Estados Unidos tem mais de cem e na Europa quase duzentos. O Avistar é um dos eventos mais famosos do mundo, ligados à divulgação científica e natureza, o maior da América Latina. Uma das principais propostas é promover a conexão entre as pessoas e a natureza, utilizando as aves como ferramenta.”
Luciano falou também sobre a abrangência do Avistar pelo território brasileiro: “O Avistar Brasil acontece sempre em São Paulo, mas temos também o Avistar Rio de Janeiro, Avistar Mato Grosso do Sul, Avistar Acre, Avistar Brasília… tem vários avistares, eventos com o porte não não grande como este, mas também muito expressivos E as pessoas se movimentam pelo país e vão a esses eventos. O Avistar é um evento bem expandido. É uma rede.”
O Avistar defende a bandeira da Ciência Cidadã. Para ornitólogo Alexsander Zamorano Antunes, pesquisador científico do Instituto Florestal, “Logo que a atividade de observação de aves surgiu na Europa e nos Estados Unidos, devido ao grande número de praticantes, percebeu-se que a quantidade de dados que os observadores tinham podia ser usada para responder algumas questões científicas, principalmente ligadas à distribuição das espécies dentro dos territórios nacionais e rotas migratórias, já que havia várias pessoas de diferentes localidades registrando aves em diferentes períodos do ano”.
Para o pesquisador, a internet potencializou a prática da Ciência Cidadã: “É o caso do Wikiaves. O site permite compilar os dados que os observadores de aves colocam possibilitam que se tenha informações sobre a presença e ausência de espécies em diferentes territórios. E a plataforma tem um controle grande de qualidade pelos pesquisadores que participam. E o grande barato da ciência cidadã é aumentar o número de pessoas fazendo a coleta de dados, algo que com o efetivo de pesquisadores, seria muito mais limitado”.
O Instituto Florestal teve um estande no evento e distribuiu pôsteres com fotografias das aves do Parque Estadual Alberto Löfgren, de autoria de pesquisadores e colaboradores do Instituto Florestal. Em parceria com outros órgãos do Sistema Ambiental Paulista, a proposta é trazer cada vez mais a observação de aves para as áreas protegidas do Estado de São Paulo.
Fotos: Acervo Instituto Florestal
Mais informações: Alexsander Zamorano Antunes – Tel. (11) 2231-8555 / Ramal