As Unidades de Conservação têm sido cada vez mais demandadas por interessados nesta atividade, que pode tanto trazer benefícios quanto gerar impactos

De 25 a 27 de abril, foi realizado no Parque Estadual do Juquery, no município de Franco da Rocha, o Curso de Introdução à Observação de Aves. Organizado em parceria pelo Instituto Florestal (IF) e pela Fundação Florestal (FF), o curso foi voltado a monitores e técnicos que atuam nos Parques Estaduais do Juquery, da Cantareira e do Jaraguá. O gestor do Parque, Francisco de Assis Honda e os monitores ambientais, Juliana Quintanilha da Cruz e Miranda e Anderson Luiz Rodrigues, cuidaram do apoio logístico e participaram de todas as atividades, guiando o grupo e enriquecendo o curso com informações sobre a Unidade de Conservação.

O pesquisador científico do IF Alexsander Zamorano Antunes conduziu as atividades do primeiro dia. Ornitólogo, conta que o interesse das pessoas em atividades de observação de aves têm aumentado e as Unidades de Conservação (UCs) da Região Metropolitana da Cidade de São Paulo recebem cada vez mais demandas neste sentido.

Alex acredita que a popularização das câmeras fotográficas digitais é uma das causas do crescimento na procura pela atividade. Também aponta plataformas tecnológicas, como o site Wikiaves, que possui conteúdo interativo e fornece ferramentas gratuitas para controle de fotos, sons, textos e comunicação entre observadores. As pessoas podem acessar o site e ter a foto da espécie que fotografou identificada por um especialista, por exemplo.

Durante sua primeira palestra, Alex explicou o que é a observação de aves e como é feita. Discutiu os benefícios e os potenciais de impacto da atividade nas Unidades de Conservação, bem como possibilidades de atuação dos gestores para mitigar esse impactos.

Para o pesquisador, a atividade promove um turismo diferenciado pode inclusive gerar renda, já que os praticantes podem contratar um guia. Alex conta que a observação de aves traz às UCs um público que já possui considerável grau de consciência ambiental. Entretanto, muitos observadores utilizam gravações (playbacks) do canto de determinadas espécies para atraí-las. Isso pode gerar estresse nos indivíduos e impactar as populações. Também alertou que há praticantes da atividade que alteram o ambiente para obter uma fotografia melhor, como cortar a vegetação próxima ao ninho ou fazer uso excessivo do flash.

Em sua segunda palestra, Alex mostrou a diversidade de espécies que ocorrem nos Parques da Região Metropolitana e como é feita a identificação de aves durante a observação. Ao anoitecer, o pesquisador conduziu uma atividade de campo para que os participantes pudessem conhecem as aves de hábitos noturnos.

Na manhã do segundo dia de curso, o pesquisador do IF conduziu outra atividade de campo. Foi realizada a observação e o levantamento da avifauna ali presente. Ainda no mesmo dia, o Mestre em Biotecnologia Moacir Carnelós ministrou palestra sobre paisagens sonoras.

No último dia de curso, Luiz Fernando de Andrade Figueiredo, do Centro de Estudos Ornitológicos, compartilhou sua experiência com o treinamento de jovens da comunidade local para serem guias de observação de aves no Parque Estadual Intervales.

Veja aqui como foi a programação do evento.

Mais informações: Pesquisador científico Alexsander Zamorano Antunes – Tel. (11) 2231-8555 – Ramal 2028