
18/11/2013
No período de 16 a 19 de setembro de 2013, o biólogo Dr. Antonio da Silva, pesquisador científico e chefe da Seção de Silvicultura do Instituto Florestal (IF), e a pesquisadora científica recentemente aposentada da instituição Márcia Balistiero Figliolia, participaram do XVIII Congresso Brasileiro de Sementes, em Florianópolis, Santa Catarina.
O evento congregou cinco minicursos, o XII Simpósio Brasileiro de Patologia de Sementes, o I Simpósio Brasileiro de Sementes de Espécies Forrageiras e o VII Simpósio Brasileiro de Tecnologia de Sementes Florestais.
O Simpósio foi composto por mesas redondas e palestras. Nas discussões relacionadas à pesquisa, foram demonstrados avanços no setor de sementes florestais brasileiros, principalmente após o estabelecimento das Redes de Sementes Florestais. Contudo, segundo Márcia,”constatou-se que o volume de pesquisas gerado ainda não é suficiente para atender a demanda de conhecimentos necessários para a capacitação, para a produção, para a análise que possibilitem o estabelecimento de padrões que assegurem a oferta de sementes de qualidade, fazendo-se necessário a ampliação de esforços e investimentos financeiros para a viabilização de uma Rede de Laboratórios que permitam não somente a qualificação como também a certificação das sementes florestais de espécies nativas.”
Na ocasião, o pesquisador Antonio da Silva apresentou o trabalho intitulado “Biometria, morfologia de frutos, sementes, plântulas e plantas jovens de Psidium cattleianum Sabine”, em co-autoria com a professora Sonia Cristina Juliano Gualtieri de Andrade, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), o professor Rinaldo César de Paula e a professora Adelita Aparecida Sartori Paoli da Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho” (UNESP) de Jaboticabal e Rio Claro, respectivamente. A participação do pesquisador, especialista em sementes florestais, do Instituto Florestal, num evento desta natureza, possibilita o aperfeiçoamento técnico-científico, permite a divulgação e intercâmbio de experiências nas diferentes linhas de pesquisa, envolvendo Instituições públicas e privadas, no âmbito nacional e internacional. Além disso, integra as Instituições visando ação conjunta, na defesa e interesses do setor sementeiro florestal.
Márcia, que recentemente encerrou suas atividades funcionais de pesquisa junto ao IF após 33 anos de dedicação ao desenvolvimento de pesquisa e geração de conhecimento sobre tecnologia e ecologia de sementes florestais, coordenou no evento a mesa redonda “Pesquisa e Análise de Sementes Florestais”, com a apresentação das palestras “Regras para Análise de Sementes Florestais – Perspectivas”, abordadas sob diferentes óticas, pela Dra. Angélica Pólenz do Ministério da Agricultura, pela Professora Dra. Maria Cristina Figueiredo e Albuquerque, da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), e pela Professora Dra. Isolde Kossman Ferraz, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) e “Validação das Regras – Amostragem Estatística”, por Denise Santana, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e pelo Professor Dr. Edson Ferreira Duarte, da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). A Mesa Redonda versou sobre o processo de aferição de metodologia de análise de sementes, cujo projeto piloto teve início em 2005, no Instituto Florestal, com recursos das Redes de Sementes Rio-São Paulo e Rede Rioesba (Rede Mata Atlântica de Sementes Florestais dos Estados do RJ, ES e BA), sob a coordenação da Pesquisadora Márcia, juntamente com professores da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ) e da Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR) Campus Sorocaba e Pesquisadora da Coordenadoria de Assistência Técnica Integra (CATI) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, e que envolveu 11 laboratórios nacionais. Os resultados subsidiaram as fases seguintes, apoiadas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Ministério da Agricultura (MAPA), órgão responsável pela aferição oficial das metodologias de análise de sementes e que culminou com a publicação oficial, pelo MAPA, das “Instruções para Análise de Sementes de Espécies Florestais”, a serem seguidas pelos laboratórios de análise em âmbito nacional.
Em levantamento realizado por Antônio, durante o evento, foram apresentados 412 trabalhos com espécies florestais, sendo que a maior quantidade foram nas linhas de pesquisa de tecnologia de germinação (84), superação da dormência (64), ecofisiologia da germinação (44), morfologia e biometria (43), teste de vigor (31), armazenamento (30) e fisiologia da germinação (30). O número de trabalhos decresceu nas linhas de pesquisa de patologia de sementes (22), produção de sementes (19), produção de mudas (17), composição química de sementes (16), alelopatia (06), legislação de sementes (03) e maturação fisiológica (03). Independente da maior ou menor produção de trabalhos dentro das linhas de pesquisa, há a necessidade de intensificar os estudos tendo em vista a relevância das informações para a comunidade científica e sociedade em geral.
Pré-lançamento de livro
Na ocasião do Congresso, foi feito o pré-lançamento do livro “Sementes Florestais Tropicais: da Produção a Ecologia”, coordenado pela professora Fátima Conceição Márquez Piña-Rodrigues, da UFSCar – Campus Sorocaba e pelos pesquisadores do IF Márcia Balistiero Figliolia e Antonio da Silva, no qual contém informações ecológicas, fisiológicas, bem como o estado da arte da pesquisa e produção de sementes no Brasil.
A publicação compila conhecimentos de mais de duas décadas, principalmente de especialistas brasileiros de Universidades Estaduais, Federais, Institutos de pesquisa e Embrapa, direcionada aos estudantes, à comunidade científica, pesquisadores e técnicos da área florestal com conhecimentos atualizados em literaturas e, especialmente, aqueles da experiência dos autores, tornando-os acessíveis a sociedade. Além disto, se insere nas propostas da Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável (Rio + 20), na proposição de práticas e medidas de conservação e uso sustentado dos recursos naturais, que pode ser utilizada como referência para produção de sementes, germinação e plantio de espécies tropicais para o reflorestamento e a restauração de áreas alteradas.
Fotos: Acervo Pessoal e http://www.abrasem.com.br
Mais informações: Pesquisador científico Dr. Antonio da Silva – Seção de Silvicultura – Tel.: (11) 2231-8555/ Ramal 2043