
19/11/2012
O Instituto Florestal e a Associação Cultural Tottori-Kenjin, em parceria com Florestas Inteligentes, promoveram o plantio de mais de 330 árvores de 70 espécies da Mata Atlântica, em comemoração aos 60 anos da Associação.
O evento, que aconteceu neste sábado, dia 17 de novembro, no Parque Estadual Alberto Löfgren, mais conhecido como Horto Florestal, reuniu funcionários do Instituto Florestal, membros da Associação, familiares, simpatizantes, sociedade civil e representantes do governo da Provícia de Tottori, Japão.
As árvores foram doadas pela empresa Florestas Inteligentes através do Programa Florestas da Gente, e incluem espécies como angico-vermelho, cambuci, ipê-amarelo, palmeira-juçara e pau-brasil.
A iniciativa visa simbolizar a amizade entre São Paulo e Tottori com um marco duradouro, unindo os imigrantes procedentes dessa província, seus descendentes, governo provincial e população em geral na recuperação da Mata Atlântica.
Um totem KIRINJISHI, figura mitológica da região, foi afixado no local, e as árvores foram identificadas através de placas individuais contendo nome popular e científico, nome do colaborador ou de uma pessoa que se pretende homenagear.
A Associação Cultural Tottori-Kenjin do Brasil nasceu de campanha dos imigrantes japoneses provenientes da província de Tottori, em socorro aos seus conterrâneos vítimas de grande incêndio que devastou a cidade em 1952. No Brasil, a Associação é reconhecida pelas apresentações de kassa-odori, dança típica realizada com vistosos guarda chuvas cheios de guisos, que produzem sons característicos.
Além de comemorar os 60 anos da Associação, o Bosque tem por objetivos, construir um marco duradouro de amizade entre São Paulo e Tottori; simbolizar a contribuição da Comunidade na conservação da Mata Atlântica e demonstrar ao grande público as múltiplas utilidades das espécies desse bioma.
Vínculos históricos
O Bosque fica localizado na área administrativa do Instituto Florestal do Parque Estadual Alberto Löfgren (Horto Florestal), tradicional área verde, junto ao Parque Estadual da Cantareira, na zona norte de São Paulo. O Instituto Florestal tem vínculos históricos com o Japão: na década de 1930 foi aberta a Escola de Charão, a partir de Rhus sp. introduzida por Ryoichi Nakayama; em 1951, atendendo ao apelo do Reitor da Universidade de Hiroshima, foram enviadas sementes de 20 espécies florestais para colaborar no reverdecimento daquela cidade, devastada por bomba atômica, no final da 2ª Guerra Mundial; a Instituição recebeu da Agência de Cooperação Internacional do Japão – JICA, ininterruptamente, de 1979 a 2004, cooperação técnica em diversas áreas florestais e de meio ambiente; no ano 2000, para comemorar os cinco séculos de descobrimento do Brasil, foi instalado o Arboreto Comemorativo dos 500 anos do Brasil, com expressiva participação da comunidade nipo-brasileira, das empresas , do governo e do povo japonês.
Composição
O Bosque é composto por 70 espécies arbóreas da Mata Atlântica, totalizando 330 árvores, distribuídas em duas áreas, num espaçamento de 3 x 2,5 metros.
Placa comemorativa
Na placa comemorativa, reproduzida no verso, em granito estão gravados os nomes de colaboradores ou de seus entes queridos. Cumpre ressaltar que muitos desses colaboradores, cidadãos da Província de Tottori, Japão que, embora moradores distantes mais de 20 mil km da Mata Atlântica, estão participando de esforço conjunto da sua conservação.
O Parque Estadual Alberto Löfgren apresenta atributos naturais, cênicos e históricos de grande relevância para o cenário da conservação ambiental em regiões metropolitanas, protegendo remanescentes de vegetação de Mata Atlântica e fauna associada ameaçada de extinção. Abriga também arboretos de espécies nativas e exóticas de grande valor histórico e científico.
Este laboratório vivo, por estar localizado na área urbana do Município de São Paulo, recebe intensa visitação pública e oferece opção de lazer, pesquisa e educação ambiental para os seus milhares de usuários.
É grande a importância do Parque Estadual Alberto Löfgren no cenário da conservação ambiental de São Paulo. Primeiro Horto Botânico de São Paulo, fundado em 1896, serviu como base para o Serviço Florestal do Estado, hoje Instituto Florestal.
Fotos: Roberto de Alencar e Priscila Weingartner
Mais informações: Pesquisador Científico Luís Alberto Bucci – Tel: (11) 2231-8555 ramal 2013