23/08/2012

Quando chega a época da estiagem é certeza que o Corpo de Bombeiros terá trabalho redobrado. “A estiagem ocorre, em São Paulo, entre os meses de junho e outubro. Neste período, o ar seco e os fortes ventos, somados às festividades juninas e frequência das queimadas agrícolas, contribuem para o  alastramento de focos de incêndio”, explica o tenente PM Marcos das Neves Palumbo, porta- voz da instituição.

Por meio da Operação Corta Fogo – Campo sem fogo, Campo com vida 2012, a corporação procura diminuir o número de incidências em todo o Estado. A operação foi implantada pela primeira vez em 2011, registrando- se redução de 40% no número de incêndios (o total de 2.837 em 2010 caiu para 1.779). Trata-se de uma ação conjunta da Secretaria do Meio Ambiente, Casa Militar, Secretaria da Segurança Pública, prefeituras e seus órgãos interligados, como a Polícia Ambiental, a Defesa Civil, o Corpo de Bombeiros, a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), a Fundação Florestal (FF) e o Instituto Florestal (IF).

O 12º Grupamento de Bombeiros de Bauru está utilizando, em fase experimental, aviões agrícolas no combate a incêndios florestais na época de estiagem. “Observamos que havia uma dificuldade em combater este tipo de incêndio por causa das grandes extensões territoriais. Os aviões agrícolas que colocavam pesticidas nas plantações ficavam ociosos nesta época. Entramos em contato com as empresas e firmamos convênio. Hoje, estamos utilizando as aeronaves no combate aos focos de incêndio. Conseguimos aliar a defesa do meio ambiente com o equilíbrio da economia local. Ganham os dois lados”, explica o major PM Rogério Gago, subcomandante do 12º Grupamento de Bombeiros de Bauru e coordenador regional da Defesa Civil.

De acordo com o oficial, foram realizadas quatro operações em 2011 e duas neste ano. A utilização das aeronaves diminui o tempo de atendimento às ocorrências e evita o desgaste do bombeiro e das viaturas. Nos grandes focos de incêndio, para evitar a propagação do fogo, também, é utilizado o acero químico – espécie de barreira que faz a contenção do incêndio.

O projeto é fruto da linha de pesquisa do major PM Rogério, para a sua tese de doutorado em ciências policiais de segurança e ordem pública, no Centro de Altos Estudos de Segurança Coronel PM Nelson Freire Terra, da Polícia Militar do Estado de São Paulo.

Como prevenir Não atire cigarros ou fósforos acesos às margens de rodovias; não solte balões – soltar balões é crime federal, Lei nº 9.605, de 12/2/1998 (Lei de Crimes Ambientais); evite acender fogueiras. Caso seja necessário, cerque-a com pedras e molhe o chão ao redor. Não acenda fogueiras perto de matas e em dias de vento. Evite qualquer tipo de queimada. Quando necessário aplicar em áreas agrícolas, conforme regulamentação legal. Para isto, deve pedir autorização prévia à Cetesb. Siga também as medidas de prevenção e avise seus vizinhos com antecedência. Nunca faça queimadas próximo à rede elétrica.

Desinformação e prejuízo Destruição das plantações e construções rurais; perda de remanescentes florestais; morte de animais silvestres, inclusive espécies ameaçadas de extinção; poluição do ar por causa da emissão de material particulado e de gases poluentes; agravos à saúde da população desencadeados pela poluição; contribuição para o aquecimento global em decorrência da emissão de gases de efeito estufa; acidentes com queimaduras ou mortes de pessoas.

 

Foto: Alberto Takaoka
Fonte: Diário Oficial do Estado de São Paulo de 22 de agosto de 2012, Caderno Executivo
Mais informações: Pesquisador Científico Hélio Ogawa, Assessoria Técnica de Programação – Fone: (11) 2231-8555/Ramal 2135