A Incubadora de Projetos Sociais Autofinanciados – SMPP por meio do Núcleo Socioambiental iniciou em 2009 um projeto de Resgate Histórico, Cultural e Ambiental do Bairro do Cambuci cujo nome é atribuído à existência de muitos pés de cambuci na região. Era antigamente parada dos bandeirantes e tropeiros em seu movimento de interiorização e textos da época já mencionam a tradicional Cachaça com Cambuci. O projeto iniciou com o plantio de mudas de cambuci – árvore declarada símbolo da cidade de S. Paulo no 58º Congresso de Botânica em 2007 e considerada em perigo de extinção – passando em seguida ao resgate do sabor do passado, tão presente nas mesas de outrora, seja como refresco nos dias quentes, como ingrediente da sobremesa ou, o mais comum, como geléia no café da tarde. Alguns restaurantes incluíram em seus cardápios pratos a base de cambuci e o tradicional Bloco de Carnaval Ressaca teve este ano como tema “Ressaca ao sabor de cambuci”.
A Reserva da Biosfera do Cinturão Verde da Cidade de São Paulo, coordenada pelo Instituto Florestal, em parceria com a AHPCE, o Instituto H&H Fauser, o Parque Estadual da Serra do Mar – Núcleo Caraguatatuba e as prefeituras de Caraguatatuba, Ilha Bela, Natividade da Serra, Paraibuna, Rio Grande da Serra, Salesópolis e Santo André – Vila de Paranapiacaba criaram a Rota Gastronômica do Cambuci, com o objetivo de resgatar o uso de um fruto nativo da Mata Atlântica associado a um roteiro turístico que envolvesse gastronomia, cultura, meio ambiente e desenvolvimento sustentável.
Em março de 2010 a Incubadora abriu a II Rota Gastronômica do Cambuci na Praça Hélio Ansaldo e dando continuidade ao projeto pretende realizar mensalmente e, principalmente no mês do meio ambiente, atividades envolvendo o cambuci. Como o fruto do cambuci é desconhecido da população e ainda não reconhecido como tendo potencial econômico, as pesquisas e o conhecimento científicos sobre ele são escassos e restritos a algumas instituições de pesquisa. Por outro lado existem pessoas que tem trabalhado com o fruto há muitos anos e por não serem do meio acadêmico esse conhecimento não é difundido.
Portanto o presente seminário tem como objetivo dar um primeiro passo na direção de integrar e divulgar os conhecimentos existentes – acadêmicos e leigos – sobre a espécie Campomanesia phaea, que num segundo momento poderão ser aprofundados por meio de workshops e publicações sobre temas específicos.
O evento será composto por 4 mesas redondas com os temas: Desafios para a preservação da diversidade genética; Produção de Sementes e Mudas; Manejo do Cambucizeiro e Potencial de Mercado para o fruto cambuci e com palestras proferidas por pesquisadores do Instituto e Fundação Florestal, Unicamp, USP e técnicos com longa experiência com a Campomanesia Phaea.
A data escolhida foi o Dia Nacional da Mata Atlântica – 27 de maio que ganha ainda importância maior no Ano Internacional da Biodiversidade e o local o Colégio Marista Nossa Senhora da Glória , instituição de ensino ligada a história do bairro que tem como lema “manter a tradição, mas inovar sempre, tanto na área tecnológica como educacional”.
O seminário foi idealizado para técnicos da área ambiental, agricultura familiar e orgânica, das casas de agricultura e secretarias de desenvolvimento econômico das cidades envolvidas na Rota Gastronômica do Cambuci, profissionais das universidades e instituições de pesquisa e demais pessoas envolvidas ou interessadas no cambuci.
Evento
Data: 27 de maio de 2010
Horário: 8:30 às 16:30h
Local: Salão Nobre do Colégio Marista Nossa Sra.da Glória
R. Justo Azambuja, 267 – Cambuci
Inscrições: nsocioambiental@gmail.com ou pelo telefone 3208 2399 Ramal 211 e 213