Uma das razões mais importantes para introdução do Pinus no Brasil foi a necessidade de produção de madeira para abastecimento industrial, para processamento mecânico, na produção de madeira serrada, madeira laminada, na confecção de painéis ou na produção de celulose e papel.
Historicamente um dos primeiros resultados referentes à introdução de Pinus no Brasil é relatado por Alberto Löfgren – 1º Diretor do Instituto Florestal, em 1966, em sua obra “Notas sobre plantas exóticas introduzidas no Estado de São Paulo”.
As diferentes espécies de Pinus, adaptáveis às condições e ambientes diversos, constituíram uma alternativa devido ao exaurimento da Araucaria angustifólia (o conhecimento “Pinheiro do Paraná”), considerada uma das melhores madeiras do mundo.
A resinagem comercial teve seu início no Brasil na década de70, em plantios efetuados com recursos de incentivos fiscais e que ainda não tinham seu aproveitamento no setor madeireiro.
Após passar por vários períodos de adaptação, a atividade de resinagem já possui técnicas bem configuradas, com áreas de produção potencial ao redor de 3,5 kg/face/ano.
A resina, ou goma resina, por destilação produz breu e terebentina. O breu é utilizado no mercado de cola para papéis, borracha sintética, tintas, vernizes, chicletes, etc. Não tem produto sintético que o substitua comercialmente. A terebentina é utilizada na fabricação de solventes e química fina.
A produção nacional em toneladas é mostrada na Tabela, a seguir:

Espécies

SP

MG

RS

MS

PR

TO

BA

P.elliottii

43.378

19.600

4.920

P.tropicais

2.550

23.828

1.000

2.200

TOTAL

8.890

Fonte: ARESB -Associação dos Produtores de Resina do Brasil (2007).

A produção mundial de goma resina está situada em torno de 1.300 toneladas, sendo a China o principal produtor com cerca de 1.000.000 de toneladas por ano.
A produção mundial de breu está em torno de 1.200.000 toneladas sendo que a China é o principal produtor com 650.000 toneladas e o Brasil produz 60.000 toneladas. A produção destes da China e Brasil baseia-se na exploração de árvores vivas.
A produção do breu dos Estados Unidos (250.000 toneladas) e de países da Europa (120.000 toneladas) está baseada na extração do “tall oil” no processo de produção de celulose.
Desde a introdução da Pinocultura no Brasil e em São Paulo, o Instituto Florestal vem, desde 1976 através do seu Programa de Melhoramento Genético, acelerando as medidas de estabelecimento das populações de melhoramento seqüenciais a partir das Áreas de Coletas de Sementes (ACS), Áreas de Produção de Sementes (APS), Pomar e Bancos Clonais de 1ª, 1,5ª e 2ª Geração de Melhoramento, instalados em diversas Unidades de Experimentação.
A preocupação e o comprometimento constantes na melhoria do padrão produtivo de florestas de Pinus em todo o Estado de São Paulo fizeram com que a Instituição direcionasse o conhecimento e experiência acumulados, resultantes das práticas silviculturais na pinocultura tradicional, aliado aos resultados das pesquisas com clonagem. Desta maneira, em trabalho conjunto com 25 Empresas da ARESB – Associação dos Resinadores do Brasil, denominadas de GEP – Grupo de Pesquisas com Pinus Resineiro, numa arrojada proposta de pesquisa com clonagem.
Assim como os eucaliptos, as coníferas também podem ter seu genótipo multiplicado vegetativamente através das práticas de macro e micro propagação, viabilizando a formação de plantios clonais de alta produtividade.
A parceira estabelecida possibilitou que os avanços técnicos fossem compartilhados com as empresas do GEP – Grupo de Pesquisas com Pinus Resineiro, o que resultou na produção operacional de clones próprios.
Também dentro da parceria estabelecida foram estabelecidos jardins clonais na Estação Experimental de Tupi com material de árvores selecionadas com produção mínima de 10 kg de goma resina/face/ano.
Atualmente, o Programa de Melhoramento Genético do Instituto Florestal conta com um acervo biológico muito bem estruturado, possuindo inclusive Pomares Clonais de 2ª geração, selecionados para produção de resina e madeira, constituindo a melhor semente existente no Brasil em disponibilidade para produtores.

Contato IF: PqC Orlando Freire – Diretor da Divisão de Florestas e Estações Experimentais F: 2231-8555 ramal 2021.