- IF conclui mapeamento da cobertura vegetal nativa da Bacia Hidrográfica do Guarapiranga
Metade da área da Bacia mantém sua cobertura vegetal nativa e nas APPs essa preservação chega a 60%
Metade da área da Bacia Hidrográfica do Guarapiranga mantém sua cobertura vegetal nativa. Em termos de Áreas de Proteção Permanente – APPs que fazem parte da Bacia, essa preservação chega a quase 60%, atualmente. Estes são alguns dos principais dados revelados no mapeamento recém-concluído pelo Instituto Florestal – IF, que detalhou números e informações diversas e atualizadas sobre a vegetação natural remanescente e APPs na Bacia, que servirão para subsidiar a Secretaria Estadual do Meio Ambiente – SMA na aplicação do decreto regulamentador da Lei Específica do Guarapiranga, assinada no ano passado.
A Bacia Hidrográfica do Guarapiranga possui uma superfície de 63.780 hectares e abrange, além de parte da capital, os municípios de Cotia, Embu, Embu-Guaçu, Itapecerica da Serra, Juquitiba e São Lourenço da Serra. A área com vegetação natural remanescente mapeada foi de 31.914,41 hectares, que corresponde a 50,0 % da superfície da bacia. A vegetação levantada em APP, ao longo de cursos e corpos d´água e nascentes, foi de 9.812 ha, ou 58,8% das APPs da bacia. Outros 41,2% de APP estão ocupados com outros usos, como reflorestamento, ocupação urbana e algumas áreas com cultivo.
Os trabalhos realizados pelo IF tiveram início em dezembro de 2008 e foram finalizados em março último. O mapeamento baseou-se em imagens orbitais do satélite QuickBird, sendo efetivado na escala 1:10.000, onde pode-se visualizar até uma árvore isolada. Os dados irão subsidiar o licenciamento, fiscalização e regularização ambiental das atividades no território da Bacia, já que o mapeamento delimita as áreas de restrição à ocupação previstas no Decreto 51.687, que regulamentou a Lei Específica do Guarapiranga, além das do Código Florestal e das demais normas referentes à vegetação.
A legenda utilizada para classificação das formações vegetais baseou-se nas proposições do Projeto RADAMBRASIL, de acordo com unidades fisionômico-ecológicas da cobertura vegetal natural, sendo encontradas Vegetações Secundárias da Floresta Ombrófila Densa em estágio inicial de regeneração, em estágio médio de regeneração e em estágio avançado de regeneração, assim como Formação Arbórea / Arbustiva-Herbácea em Região de Várzea e Campo Natural.
Além dos dados já citados, este mapeamento na Bacia do Guarapiranga mostra ainda, por exemplo, com relação a Embu, o menor município entre os sete abrangidos, que dos 4.070,49 hectares do município inseridos na Bacia, cerca de 1.600 hectares, ou 40%, apresenta cobertura natural remanescente. Por outro lado, São Paulo, o maior município, com 23.300 hectares fazendo parte da Bacia, apresenta 9.300 hectares, também 40% de sua área contribuinte, com cobertura vegetal nativa. Considerando suas extensões territoriais dentro da Bacia do Guarapiranga, o município que apresenta maior cobertura vegetal nativa é São Lourenço da Serra, com 78%, equivalentes a 2.570 hectares.
Mais informações sobre o trabalho podem ser acessados por este link: Levantamento da Vegetação Natural e das Áreas de Preservação Permanente na Bacia Hidrográfica do Guarapiranga. O mapeamento também será inserido no novo inventário estadual de vegetação natural remanescente que está sendo desenvolvido pelo IF e cuja última edição é de 2001, que utilizou escala 1:50.000. O inventário estadual atualizado deverá ficar pronto até o início de 2010.
Texto:
Mário Senaga
Fotografia:
José Jorge