
06/05/2019
Projeto apícola é escolhido para representar São Paulo no primeiro Fórum regional das cidades latino-americanas signatárias do pacto de Milão sobre política de alimentação urbana
Proposto junto à Secretaria de Desenvolvimento Territorial (SDT) do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), o Projeto “Inserção do mel de agricultores familiares do Vale do Ribeira, através da identificação do mel de origem da Mata Atlântica” teve como objetivo fomentar a produção de mel de agricultores familiares do Vale do Ribeira, nas comunidades quilombolas de Cangume, Pilões, Piririca, Porto Velho e Ribeirão Grande/Terra Seca, beneficiando 32 produtores. A parceria entre três Secretarias de Estado – Saúde, Meio Ambiente, e da Justiça e da Defesa da Cidadania – para desenvolvimento do referido projeto foi firmada através de Convênio entre o Instituto de Botânica, Instituto Adolfo Lutz e a Fundação Itesp. Pelo Instituto de Botânica, a participante foi a Dra. Cynthia Luz, pesquisadora científica do Núcleo de Pesquisa em Palinologia.
A apicultura familiar é uma atividade econômica e ecológica indispensável para sistemas de agricultura familiar devido à polinização e, que tem por objetivo trazer a inclusão social, renda fixa e bases ecológicas sustentáveis.
Buscou-se a capacitação técnica dos apicultores quilombolas através de atividades extensionistas em campo, o que possibilitou levar conhecimento científico sobre a produção de mel de qualidade dentro das exigências das legislações nacional e internacional. Ao mesmo tempo, realizou-se a avaliação laboratorial da origem botânica do mel e sua caracterização físico-química. Com isso, obteve-se uma melhoria na qualidade do produto ao dirimir alguns problemas técnicos que ainda persistiam na sua produção, inclusive de ordem higiênica, revelando-se uma identidade para o mel produzido como Mel Silvestre de Floresta com grande contribuição de néctar das palmeiras e de outras plantas nativas.
Uma Dissertação de Mestrado foi desenvolvida na comunidade quilombola Porto Velho e a divulgação dos resultados foi realizada pela apresentação de trabalhos em eventos científicos, em palestras nas próprias comunidades quilombolas e em artigos publicados em periódicos científicos.
A parceria contribuiu para que os Institutos recebessem equipamentos e assim tiveram condições de melhorar os seus trabalhos laboratoriais, beneficiando todo o Estado – além de reforçar a atenção e o interesse dedicados à saúde pública, uma vez que possibilitou também uma melhoria na qualidade das análises realizadas em alimentos consumidos pela população, atendendo, portanto, ao interesse público.
O lançamento do projeto foi realizado em um evento organizado no Palácio do Governo em 2012, tendo sido agraciado com prêmio da Secretaria de Saúde em 2017 durante o “IX Fórum de Promoção da Saúde e VII Encontro de Experiências Bem Sucedidas em Promoção da Alimentação Saudável”.
Em 2019 o projeto foi selecionado para representar o Estado de São Paulo no “Primeiro Fórum Regional das Cidades Latino-Americanas Signatárias do Pacto de Milão” cujo tema versa sobre “Alimentação nas Cidades e Territórios da América Latina: incrementando a sustentabilidade, fortalecendo identidades e reduzindo a desigualdade” e que será realizado de 29 a 31 de maio de 2019, no Rio de Janeiro.