A Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo (FFESP) é uma obra seriada, com sete volumes já publicados que incluem 151 famílias, 722 gêneros e 3237 espécies – cerca de 44% do total de fanerógamas nativas do estado. A monografia de cada família inclui chaves de identificação para as espécies, ilustrações e informações sobre a distribuição geográfica, características ecológicas e avaliação do status de conservação das espécies ameaçadas de extinção. Além de sua importância para a ciência, seus dados são fundamentais para o embasamento de políticas públicas da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo (SMA), principalmente no que se refere à conservação de espécies nativas, restauração ecológica, recuperação de áreas degradadas e licenciamento ambiental. Reconhecendo a importância dessa obra, o Instituto de Botânica decidiu torná-la disponível a toda a comunidade, que poderá consultá-la gratuitamente em seu site, a partir do próximo dia 5 de junho, como parte das comemorações do Dia Mundial do Meio Ambiente e do aniversário de 30 anos da SMA.

     O projeto “Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo” foi iniciado em 1994, com a participação de botânicos dos Institutos de Pesquisa de São Paulo, das Universidades Estaduais, da Prefeitura do Município de São Paulo, e de várias outras instituições brasileiras e do exterior. Além do apoio de todas essas instituições, contou com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), estas duas últimas, pelas bolsas de iniciação científica e pós-graduação. Desde o início, a sede do projeto foi o Instituto de Botânica, que além de reunir entre seus pesquisadores vários botânicos taxonomistas que se dedicaram intensivamente ao projeto, é responsável pelo maior acervo de amostras de plantas do Estado de São Paulo, o Herbário SP, a principal fonte de dados para as monografias que compõem a FFESP.

    Os volumes já publicados em papel foram adequados para serem disponibilizados online, o que incluiu a criação de menus virtuais nos arquivos digitais. Além dos volumes completos, também foram disponibilizadas as monografias de cada família com as mesmas ferramentas de busca dos volumes.

 

 

     Na condição de Diretor Geral do Instituto de Botânica, reconheço a grande importância dessa obra que o Governo de São Paulo, por meio do Instituto de Botânica, tem utilizado largamente em benefício da restauração ecológica e conservação da biodiversidade do estado. Além da FFESP, outro produto resultante dos conhecimentos gerados pelo projeto é o “Livro Vermelho das Espécies Ameaçadas do Estado de São Paulo”, obra fundamental para a política ambiental do Estado. Datado de 2007, sua lista de espécies ameaçadas, acompanhada do status de conservação de cada uma delas, foi recentemente atualizada e será disponibilizada pelo Instituto de Botânica durante a Semana do Meio Ambiente.

Luiz Mauro Barbosa